Ministério Público investiga negociações do governo Aidar

Durante a gestão do presidente, o Tricolor viu um negócio ser fechado com a empresa TML Foco que pertencia a namorada do ex-diretor jurídico do time

Nesta quarta-feira, o UOL noticiou uma investigação do Ministério Público de São Paulo, sobre uma série de operações financeiras do São Paulo em 2015. À época, o clube era gerido pelo presidente Carlos Miguel Aidar e viu uma parceria ser fechada entre o clube e a empresa TML Foco.

A empresa era propriedade de Cinira Maturana, que na época namorava o presidente do clube, Carlos Miguel Aidar. E o MP-SP encontrou uma transferência da empresa de Cinira para o então diretor jurídico Leonardo Serafim do São Paulo no valor de R$ 50 mil em setembro de 2015.

A quebra de sigilo bancário mostrou “uma remessa de R$ 50 mil para Leonardo Serafim dos Anjos, diretor jurídico do São Paulo Futebol Clube”. Na mesma semana, segundo o UOL, a empresa de Cinira recebeu R$ 360 mil em comissões por negócios fechados com participação do departamento jurídico do São Paulo. Na mesma semana, a equipe fechou a contratação de Iago Maidana no valor de R$ 1 milhão.

Na investigação, o Ministério Público fez uma representação gráfica em diagrama, ilustrando uma suposta “rachadinha” – prática ilícita em que o contratado devolve parte do valor recebido ao contratante. O documento mostra o pagamento de honorários por parte do São Paulo ao escritório do advogado José Roberto Cortez, com R$ 360 mil repassados pela filha do advogado à Cinira, a título de comissão. Posteriormente ao recebimento desse valor, Cinira transfere R$ 50 mil a Leonardo Serafim. O MP afirma que não é possível ainda afirmar que há relação entre as duas operações, mas que a movimentação salta aos olhos – Informações veiculadas pelo UOL.

Leonardo Serafim é conselheiro vitalício do Tricolor e participou das gestões Juvenal Juvêncio, Aidar e Leco. Em fevereiro de 2020, o conselheiro deixou o cargo que ocupava na direção de Leco. A motivação para a saída não foi divulgada, mas a investigação é apontada como um dos motivos.

O São Paulo se pronunciou com uma nota para a reportagem do UOL: “O São Paulo Futebol Clube sabe que há uma investigação no MP, em segredo de Justiça e, por isso, não pode comentar sobre o caso. Não comentamos sobre decisões da gestão passada nem sobre um caso em segredo de Justiça. Leonardo Serafim dos Anjos é um conselheiro vitalício, sendo assim tem acesso às dependências do clube e contribui como qualquer outro conselheiro que ajuda o São Paulo Futebol Clube, mas não tem cargo na atual gestão”.

Carlos Miguel Aidar e Cinira Maturana não comentaram o assunto. Já José Roberto Cortez afirmou que os assuntos referente a prestação de serviços seriam tratados na Justiça.

Gestão conturbada terminou com impeachment

Carlos Miguel Aidar passou rapidamente no comando do Tricolor, mas causou confusões ao longo da sua gestão. O ex-presidente esteve a frente do clube entre abril de 2014 e outubro de 2015 e no fim de 2014 viu uma bomba explodir referente a um contrato entre o clube e a empresa de sua namorada Cinira, TML Foco. Nele, o clube se comprometia a pagar 20% de comissão à empresa pelos negócios fechados.

Em 2015, o clube fechou um acordo com a Under Armour mas o contrato causou discussões, já que existia uma cláusula de pagamento no valor de 18 milhões de reais para uma empresa chamada Far East, sediada em Hong Kong.

O presidente ainda viu a contratação de Iago Maidana ser investigada, já que o zagueiro foi vendido por um grupo de empresários denominado Itaquerão Socccer ao Monte Cristo-GO. O Tricolor fechou contrato com a equipe Goiânia pelo passe de Maidana no valor de R$ 2 milhões.

Por fim, uma briga que chegou às vias de fato entre Aidar e Ataíde Gil Guerreiro provocou a saída do presidente do comando da equipe e na expulsão dele do quadro de conselheiros. Ataíde também viria a ser expulso após uma denúncia envolvendo o escritório de José Roberto Cortez.

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