Realmente vale a pena financeiramente para o São Paulo FC mandar jogos em outros estados para receber shows no Morumbis? Essa é uma pergunta que eu já me fiz muitas vezes nos últimos meses, e creio que você também já tenha se perguntado. Se pegar na ponta do lápis, quanto o São Paulo arrecada e quanto deixa de arrecadar com essa logística do estádio?
Te trago nesta matéria a seguinte apuração: o contrato do São Paulo FC com a Livenation, produtora de shows, tem validade de cinco anos. Este contrato prevê 6 shows anuais no Morumbis, totalizando 30 shows no período de cinco anos de contrato. Caso esse número seja ultrapassado, o São Paulo ganha um bônus da Livenation.
Sobre a parte financeira, vamos falar de FATURAMENTO LÍQUIDO. Levando em consideração uma média dos últimos três anos do Campeonato Paulista, por exemplo, o São Paulo costuma faturar R$1.282.363,37 por partida. No Campeonato Brasileiro, a média é de R$1.477.998,16. Nos shows realizados no Morumbis, por sua vez, o faturamento líquido (aluguel do estádio + licenciamento e percentual de alimentos e bebidas) tem uma média de R$3 milhões.
Mas e o replantio do gramado? E os danos causados na estrutura do estádio? E o valor da hora extra do funcionário que fica até de madrugada para desligar os refletores? De acordo com o que apurei com as duas pontas, tudo isso fica a cargo da produtora de shows no acordo com o São Paulo Futebol Clube. O próprio termo já explica: faturamento LÍQUIDO. E este possuí média de R$3 milhões.
Outra coisa importante de pontuar é quanto ao tempo que o clube deve “entregar” o estádio para a organização do shows. A depender do tamanho do evento, o clube normalmente trabalha com 4/5 dias para a montagem e 3 dias para a desmontagem. O São Paulo pretende investir nos próximos meses em tecnologias que otimizem esse tempo.
Apesar de nem sempre controlável (vide mudanças de última hora no calendário do futebol brasileiro), o São Paulo FC mantém constantes contatos com a produtora de shows sempre alertando das datas dos chamados “jogos cruciais”, e já chegou até mesmo a recusar datas de shows que pudessem coincidir com mata-mata. É importante pontuar, no entanto, que shows de turnê internacional costumam ser marcados com maior antecedência, e isso pode impactar em datas alteradas pela CBF, FPF ou Conmebol.
No final das contas, entra sempre aquela balança: lado financeiro e esportivo devem caminhar lado a lado e possuir um equilíbrio, e isso torna-se um desafio de responsabilidade de quem comanda o meio de campo entre confederações e produtora de shows.
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