Para algumas pessoas, transformar o clube de futebol em uma empresa pode ser a solução para muita coisa que acontece no futebol brasileiro. Esta é uma pauta delicada e complicada de se tratar, já que envolve muitos interesses e, de certa forma, afetaria as tradições de vários clubes, afinal, a metodologia mudaria completamente, o que acarretaria em ações diferenciadas do tradicional.
Assunto volta a ser discutido entre os poderes públicos
O governo federal e o Congresso retomaram a discussão sobre um projeto para induzir os clubes de futebol a se transformarem em empresas com a possibilidade de terem donos. Dentro do governo de Bolsonaro, há um grupo constituído conversando sobre o assunto. Em paralelo, o projeto sobre o tema foi desarquivado e agora conta com o apoio do presidente da Câmara Federal, Rodrigo Maia.
Dentro do governo do presidente Jair Bolsonaro, começou-se a se discutir a ideia de um projeto de lei que incentivasse os clubes a se tornarem empresas. O objetivo seria transformar o setor, que tem ampla repercussão na mídia, em um exemplo de empreendedorismo para o país. Quem toca a discussão dentro do governo é o secretário de futebol e direitos do torcedor, Ronaldo Lima, com participação de membros do Ministério da Fazenda.
Alguns clubes já estão interessados nesta possibilidade
Alguns poucos clubes têm acompanhado o movimento de perto como o presidente do Conselho Deliberativo do Athletico, Mário Celso Petraglia. Outro clube que tem demonstrado interesse na ideia é o Botafogo, embora não exista consenso dentro do clube sobre a proposta de receber investimento dos irmãos Moreira Salles. Da articulação, participa o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, como noticiou primeiro o colunista Ancelmo Góis.
Mas como tudo isso funcionaria?
Pelo projeto que já está no Congresso, os clubes poderiam ter ações para serem compradas, mas as associações sociais manteriam prerrogativas de itens que não poderiam mudar nos times. Isso poderia ser definido em estatuto. Ou seja, o clube social define por exemplo que as cores, a cidade, o hino, e outros itens são imutáveis, mas a gestão passaria a ser feita pela acionista majoritário. Ou haveria também a opção de o clube social manter o poder sobre as ações que têm poder decisório, aceitando investimento minoritário.
Há ainda uma incentivo tributário com redução da carga para 5% para quem se transformasse em empresa. A necessidade de um bônus aos clubes parece ser um consenso já que não há como obriga-los a mudar sua estrutura jurídica. Todos os clubes grandes do Brasil, atualmente, têm o modelo associativo sem fins lucrativos, embora o Botafogo mantenha uma empresa para administrar o Nilton Santos.