No ano de 1957, o São Paulo foi campeão paulista em cima do Corinthians, em pleno Pacaembu lotado. O Tricolor venceu por 3 a 1, e Maurinho, que fez o terceiro gol e na comemoração provocou o histórico goleiro Gylmar dos Santos Neves. O arqueiro bicampeão do mundo não aceitou a provocação e gerou uma imensa confusão no estádio.
Após o final de jogo, o título era nosso, mas a volta olímpica jamais foi dada. A torcida do Corinthians irritada com a perda do título, a provocação de Maurinho e a atuação do árbitro, começou a atirar garrafas dentro do gramado, e o São Paulo pegou a taça e correu para os vestiários na noite que ficou conhecida como a “Noite das garrafadas”.
Esse era Mauro Raphael ou simplesmente Maurinho. Um dos mais habilidosos pontas-direitas da história. O “flecha”, como era conhecido, além de muito habilidoso, era um nato fazedor de gols. Nascido em Araraquara no ano de 1933, começou a carreira no Guarani em 1951 depois se destacar em Campinas, chegou ao São Paulo no ano seguinte, onde jogou até 1959. Viveu seu melhor momento da carreira no Tricolor. Foram dois títulos, os Paulistas de 1953 e o de 1957, disputou a Copa do Mundo de 1954. No entanto, devido a grande concorrência na época, ele não teve muitas oportunidades de vestir a amarelinha.
Fez 343 jogos pelo São Paulo e marcou 135 gols. Ele é uma dos maiores artilheiros da história do clube e um dos dez que mais vestiram nossa camisa.
Deixou o São Paulo e brilhou pelo Fluminense e Boca Juniors, aposentando-se em 1964 aos 31 anos, depois de passagem pelo Vasco e Fluminense.
Maurinho é um dos grandes nomes do Tricolor, que ficou esquecido por muitos no passado, mas sua importância para nossa história é impar. Um jogador habilidoso e provocador, uma flecha que nos deixou muito orgulhosos, e atingiu muitos corações Tricolores.
Maurinho nos deixou muito cedo, aos 62 anos, em 1995. E os são-paulinos órfãos de um grande nome na nossa história.
Por Victor Vasques
