Em 12 de dezembro de 2020, Júlio Casares vencia as eleições para ser o novo presidente do São Paulo. Entre os muitos desafios de sua gestão, estavam a montagem de um elenco competitivo, a conquista de um título, pagar Daniel Alves e diminuir as dívidas que giravam em torno dos R$ 600 milhões.
Pouco mais de cem dias depois de ser designado como mandatário do Tricolor, Casares concedeu uma entrevista para apresentar os avanços do trabalho da diretoria comandada por ele. Óbvio que o tempo é curto perante os problemas deixadas pela gestão de Leco, mas o novo presidente, que vê o time em ótima fase tanto no Campeonato Paulista quanto na Libertadores, anunciou a redução de 10% dos gastos no primeiro trimestre de 2021 e explicou que aguarda a chegada de um novo patrocinador para iniciar ações que valorizem a marca do clube em breve:
“Na verdade, o que assumimos de dívida está presente no balanço, principalmente de dívidas a curto prazo, algumas na Fifa. O São Paulo teve que trabalhar olhando para o campo e de forma técnica. Conversamos e propusemos algo aos credores. Algumas dívidas quitamos, até pelo caráter emergencial. Logo no primeiro trimestre, acertamos uma diminuição de custos de 10% das nossas despesas. Isso é importante, porque desafoga o produto fim, que é o futebol. Vamos aguardar o patrocínio para valorizar a marca. Para valorizar, você tem que recomeçar, zerar e reiniciar grandes negociações. Em paralelo, fizemos uma engenharia financeira para manter um time competitivo. É um conjunto de situações que requer disciplina financeira ao lado de uma ousadia na área do futebol“, declarou.
O bolsão em parceria com os atletas:
Dos planos para os próximos anos, o que chamou a atenção foi a espécie de sociedade com os jogadores que o São Paulo pretende colocar em prática. A ideia é que parte das futuras receitas, como bilheteria e venda de atletas, sejam destinadas à um “bolsão”, que vai servir para repassar uma porcentagem desses ganhos ao elenco, que segundo ele, foi ouvido e concordou com a ideia. Veja o que Casares disse:
“Abrimos para os atletas a chance de serem nossos sócios em futuras receitas. Quando retornar a bilheteria, um percentual vai para esse “bolsão”. Com a chegada de um novo patrocínio, um percentual X vai para ser liquidado nesse “bolsão”. Quando vendermos jogador ou tivermos ganho com o mecanismo de solidariedade, um percentual vai para os atletas. Pedimos que os atletas, através de uma ata, fizessem esse entendimento“, completou.
O presidente encerrou a coletiva ressaltando a transparência de sua nova diretoria e afirmou o desejo de ver o time sempre competitivo.
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