A jogadora Formiga, ex-atleta do São Paulo, fez um desabafo em relação a sua segunda passagem pelo Tricolor Paulista, tecendo duras críticas à falta de estrutura do clube para o futebol feminino.
“Quando voltei ao São Paulo, foi algo absurdo. Um choque de realidade muito grande. Fiquei muito triste com o que vi. A gente juntava a galera para conversar e debochavam quando eu sugeria melhorias. A estrutura que dão até hoje para o futebol feminino não é boa. Não é bacana”.
Em resposta ao Globo Esporte, o presidente Julio Casares falou sobre o investimento do São Paulo direcionado à modalidade e também comentou sobre as falas de Formiga.
“Fora do campo, ela coloca coisas que queremos também, mas existe uma diferença entre o querer e o poder. O futebol feminino tem base, tem um time profissional, mas dentro das nossas limitações orçamentárias. O São Paulo tem um time de basquete que foi vice-campeão do mundo também dentro das limitações orçamentárias”.
Continuou: “Então, o São Paulo faz o que é possível fazer. Gostaria muito de fazer muito mais pelo futebol feminino, mas a gente faz o que é possível, com o tamanho de dívida e de coisas que assumimos, temos que priorizar todas as modalidades dentro de uma regra. Se o futebol feminino hoje tem essas deficiências, eu quero avançar no sentido que a gente possa melhorar essa condição”.
Casares afirmou receber estas críticas com tranquilidade e que o clube trabalhará dentro das condições que o orçamento permite.
“São Paulo tem o DNA do futebol feminino. Temos que melhorar estrutura e algumas condições que podemos melhorar dentro das condições que temos, a gente precisa melhorar. O futebol feminino faz parte do guarda-chuva da integração do futebol de base com o profissional, então nós vamos estabelecer melhorias e um orçamento difícil. Não dá para trazer uma jogadora que está no Corinthians ou no Flamengo. Vamos trabalhar dentro das condições que o orçamento nos reserva. Quando a Formiga veio, esperávamos ter condições de ganhar títulos, mas não foi possível. Todas as observações feitas, ainda mais por quem jogou no grau de competitividade dela, são sempre bem-vindas. Aceitamos com tranquilidade as críticas. Presidente de clube tem que ter parcimônia, resiliência, perseverança e paciência”.
