Santos x São Paulo: O confronto do criador x criatura

Foto: Rubens Chiri / São Paulo FC

Nesse domingo (20), às 18h15, na Vila Belmiro, o São Paulo vai enfrentar o Santos pela 5ª rodada do Campeonato Brasileiro. Será o primeiro confronto do Tricolor contra o seu ex-técnico Fernando Diniz.

Diniz ficou no São Paulo de setembro de 2019 a fevereiro de 2021 e não conseguiu grandes resultados. Seus melhores desempenhos foram chegar na semifinal da Copa do Brasil de 2020 e o 4ºlugar no Campeonato Brasileiro do mesmo ano. Na passagem pelo Morumbi, o técnico acumulou vexames como a eliminação para o Mirassol no Paulistão do ano passado e a queda na fase de grupos da Libertadores na mesma temporada.

Entretanto, por mais que os fatos acima sejam negativos, existiu um lado bom no trabalho do atual treinador do Peixe. A saída de bola a partir dos zagueiros, os passes rápidos e interações entre laterais, meio-campistas e atacantes e a posse de bola sempre maior que a do adversário. Obvio que a queda do time de 1º para 4º no Brasileirão e a insistência por um esquema tático que já não funcionava da mesma forma justificam a saída dele no início desse ano, mas é importante dizer que Diniz deixou sim um legado para o Tricolor.

Antes que você me xingue, isso veio da boca dos próprios jogadores do São Paulo e até Hernán Crespo, que não teve contato com ele, admitiu que o seu trabalho tem como base o anterior, feito pelo rival desse fim de semana. Confira algumas declarações:

Se hoje Léo é zagueiro e faz bom jogos, isso deve ao fato de que quem o colocou para jogar ali foi Fernando Diniz. Em abril, em entrevista ao programa Redação SporTV, o jogador falou o seguinte:

No começo, eu e o Fernando Diniz tivemos uma conversa de meia-hora, quarenta minutos. Pensei bastante, pois havia jogado minha carreira toda como lateral. Seria ser um grande desafio e me tornar zagueiro agora, mas ele me fez acreditar naquela posição porque hoje não tem tantos zagueiros pelo lado esquerdo que têm o poder do passe. Ele (Diniz) falou que eu poderia me tornar um grande zagueiro. Pediu para eu acreditar em mim, acreditar no trabalho, acreditar na minha evolução, que eu poderia evoluir nessa posição. E eu comprei aquela ideia e em meia a dúvidas entre ser lateral e ser zagueiro. Bateu uma dúvida, mas eu passei a acreditar porque o Diniz é assim, ele faz o jogador acreditar e confiar que ele pode.”

Artilheiro com Crespo, Pablo também já elogiou o ex-treinador:

Com certeza, o Fernando deixou um legado. Ele ficou mais de um ano no clube e isso deixou um legado. O Hernán Crespo chegou e, inteligentemente, sabendo de toda a qualidade do grupo e tudo que tinha sido construído, ele foi ajustando da maneira dele, colocando o estilo dele. Crespo e Fernando têm muitas coisas parecidas, similares, em termos de ter a posse de bola, de ser uma equipe agressiva, marcar pressão. Óbvio que cada treinador tem o seu jeito, mas o Crespo viu toda qualidade no grupo e foi melhorando, aprimorando“, disse em entrevista à Rádio Bandeirantes.

Daniel Alves foi de longe o jogador que mais mostrou gratidão para com Diniz, que chegou ao clube com a aprovação do camisa 10, que inclusive dedicou o título do Campeonato Paulista à ele:

Eu sou suspeito para falar porque o cara virou um irmão meu, mas metade disso aqui o Diniz tem muito, porque o trabalho que ele fez e a potencialização que ele gerou nos jogadores aqui dentro é muito grande. Eu costumo dizer que a vitória às vezes não é um título, é você pegar as pessoas embaixo e colocar elas em cima. Esse é o grande mérito dele e desde aqui eu agradeço: te amo pra cara**. Você é f**!“, falou ao final da partida contra o Palmeiras.

Para fechar, Crespo, responsável por treinar a equipe são-paulina, já disse que aproveita o que foi feito pelo técnico que vai enfrentar nesse domingo, quando começou a trajetória no Morumbi:

Estou aproveitando a base do trabalho de Fernando e aplicando outras coisas para dar uma identidade nova. Não é melhor e nem pior, mas diferente, agradeço ao Fernando pois estou aproveitando um trabalho muito bom“, admitiu.

Será que o criatura vai superar o criador? Ou Diniz vai saber explorar uma equipe que ele conhece bem?

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