São Paulo campeão paulista de 2021; Confira a campanha do título

Foto: Miguel Schincariol / saopaulofc.net

O São Paulo é o campeão paulista de 2021! A conquista encerra um jejum de quase 9 anos sem títulos e veio depois de uma vitória contra o Palmeiras, nesse domingo (23), no Estádio do Morumbi.

Confira os fatores que tiraram o São Paulo da fila:

Chegada de Crespo

Hernán Crespo - São Paulo

O treinador argentino chegou para substituir Fernando Diniz em um processo um tanto diferente: o presidente Júlio Casares e sua diretoria fizeram uma espécie de processo seletivo e depois de entrevistar diversos nomes, a maioria estrangeiros, optaram por Hernán Crespo, que havia acabado de vencer a Copa Sul-Americana de 2020. Apesar de ter uma grande história como jogador, Crespo chegou com certa desconfiança, pois a carreira como técnico ainda não tinha grandes resultados. Mas a chegada do argentino se mostrou um acerto. Trabalhando no esquema 3-5-2, o técnico resolveu os problemas de exposição da defesa e deu a opção dos alas ao setor ofensivo, tornando o time mais equilibrado do que o de Diniz e também mais determinado a manter a vantagem no placar.

Reforços

Miranda

A diretoria são-paulina resolveu mudar a postura conservadora adotada em 2020, quando trouxe apenas um novo nome (Luciano), e investiu em contratações. Ao todo foram seis reforços: Miranda, Orejuela, William, Benítez, Bruno Rodrigues e Éder. Essas chegadas se tornaram fundamentais para o esquema e as ideias de jogo de Crespo. Entre eles, dois se destacaram: Miranda, experiente zagueiro e ídolo da torcida, deu à seus companheiros de defesa mais segurança com sua liderança e técnica para desarmar os oponentes. O outro foi Martín Benítez, com passes e assistências que há tempos faltavam ao elenco são-paulino.

Destaques

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A equipe mostrou equilíbrio ao longo de toda a competição, por isso é difícil apontar um único nome como o principal do time, mas tentemos.

Tiago Volpi: apesar de ter uma boa defesa, nas vezes em que o goleiro foi solicitado ele apareceu bem com intervenções.

Zagueiros: Seria injusto dizer que Miranda consertou a defesa Tricolor, pois o esquema de Crespo, como já dito antes, fez o time correr menos riscos ao longo dos jogos. Além do experiente zagueiro, Arboleda e Léo fizeram um excelente campeonato e até Bruno Alves, hoje na reserva, foi importante.

Alas: Aqui a grande sacada da temporada. Adicionar mais um zagueiro e liberar os laterais foi primordial para o sucesso do time. Reinaldo, que já fizera um bom 2020, seguiu com atuações decisivas, porém ganhou a sombra do garoto Welington, que correspondeu à altura quando foi necessário. Pelo lado direito, Daniel Alves voltou ao lugar onde se tornou um dos melhores de todos os tempos e Igor Vinícius conseguiu amadurecer seu futebol e contribuiu com muitas assistências.

Benítez: o argentino ficou de fora do jogo decisivo, mas brilhou especialmente nas quartas e semifinais, conduzindo com maestria o setor de criação são-paulino. O destaque foi tanto que a diretoria já busca contratá-lo em definitivo (seu contrato é de empréstimo até o fim do ano).

Ataque coletivo: O Brasileirão de 2020 terminou com Luciano anotando 18 gols e Brenner outros 11. Entretanto, a equipe campeã não teve um grande goleador como destaque. Apesar dos 5 gols de Pablo, 4 a menos do que Bruno Mezenga, artilheiro do Paulistão, o que ficou marcado foi a quantidade atletas que marcaram pelo menos uma vez: 19 jogadores diferentes.

Campanha

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O Tricolor fez ótima campanha, terminando a fase de classificação com 27 pontos ganhos e em primeiro lugar no Grupo B que teve Ferroviária (2º), Ponte Preta (3º) e São Bento (4º). Essa também foi a melhor campanha entre todos os 16 times da competição.

Nas quartas de final, o time de Hernán Crespo enfrentou a Ferroviária com uma polêmica que mexeu com a torcida: o treinador preferiu poupar os titulares no jogo contra o Rentistas (URU), pela Libertadores, mostrando que a estratégia do clube seria focar na competição estadual.

O plano funcionou, pois o time empatou diante dos uruguaios ficando em uma condição confortável em seu grupo do torneio internacional e dando tranquilo para golear o rival pelo Paulistão por 4 a 2. Apenas dois dias depois já era hora de jogar as semifinais. O adversário da vez foi o Mirassol e uma nova goleada: 4 a 0. Duas exibições que justificaram a vaga para final.

A decisão foi justamente contra o campeão de 2020 e uma das melhores equipes do país, mas o São Paulo não ligou para isso e fez dois jogos muito parelhos. O primeiro, fora de casa, terminou empatado e com o Tricolor quase marcando no finalzinho. A volta foi no Morumbi e teve o mesmo tom tenso da partida de ida. Contudo, o elenco são-paulino soube driblar a tensão e fez um grande jogo, conquistando o Paulistão pela 22ª vez.

Ao todo, o Tricolor jogou 16 partidas, somou 37 pontos, com 11 vitórias, 4 empates e 1 derrota, além de marcar 38 gols e sofrer 11.

Essa foi a 22ª taça do Campeonato Paulista que o São Paulo conquistou. A última vez que o clube havia sido campeão do torneio foi em 2005.

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