Um dos melhores meias da história recente do São Paulo anunciou que vai deixar os gramados. Souza, que atuou por cinco temporadas no Tricolor e foi muito importante nas conquistas dos Campeonatos Brasileiros de 2006 e 2007.
O último trabalho como jogador profissional foi no Murici, equipe de Alagoas, em 2020, sem muito destaque. Desde fevereiro desse ano ele faz parte do elenco do programa “Os Donos da Bola“, da TV Bandeirantes, projeto que ele pretende seguir daqui pra frente:
“Estou parando e agora, como Deus me trouxe para um lugar que não estava nos meus planos, nunca esteve, vou atuar como comentarista (na Band). A carreira de jogador de futebol é uma loucura, nem sempre dá pra fazer planos, a gente sempre acha que aquilo é pra vida toda, então, não que eu sinta falta, mas tudo na minha vida eu uso sempre essa frase: Eu era o improvável que se tornou provável. O que vai acontecer comigo amanhã, não sei. Mas eu vou aproveitar esse momento. Eu tenho que aproveitar essa oportunidade que Deus me deu de trabalhar como comentarista.“
Pela primeira vez atuando na função, ele falou sobre a diferença entre jogar e comentar e vê a chance como uma nova oportunidade na vida:
“É difícil porque estou longe dos meus filhos, a única dificuldade é essa. Então estou aproveitando muito esse momento. Eu não me preparei para esse momento, ele aconteceu. Mesmo falando sobre o futebol, é um mundo totalmente diferente. Tentar informar, mesmo sendo brincalhão, tem que ter firmeza na hora de falar e tal… Isso pra mim está sendo muito bacana porque eu estou me reinventando. Como não foi nada que eu me preparei, Deus me direcionou, então é uma coisa que eu estou aprendendo. Hoje eu estou do outro lado, coisa que antes eu criticava. Hoje eu sou um formador de opinião.”
O jogador ainda pensa em realizar uma despedida e adiantou que não espera convites dos clubes por onde passou e que vai fazê-la por conta própria porque enxerga muita ingratidão no meio futebolístico:
“Eu queria fazer (a despedida) um dia, mas por minha conta. No futebol, não existe respeito. Existe respeito do torcedor, mas do clube, não. O clube te cobra muito, mas tem que ser uma via de mão dupla. Não existe esse respeito. Eu sou respeitado por pessoas em Alagoas que eu não esperava. Pessoas que não fizeram parte da minha carreira como atleta. O futebol é um meio muito sujo, é um meio de muita inveja. Então eu penso, sim, em fazer uma despedida da minha forma, porque dependendo de outras pessoas é muito difícil, mas não é uma coisa que me tira o sono. O orgulho que eu tenho de ser nordestino, ser de Alagoas, carrego na veia o sangue nordestino, a bandeira da minha cidade, Maceió. Eu não faço isso pra chamar a atenção das pessoas, faço porque amo.”
Com a camisa são-paulina Souza fez 234 jogos e marcou 36 gols. Em seu currículo pelo Morumbi ele ostenta dois Campeonato Brasileiros (2006 e 2007), um Mundial de Clubes (2005), uma Libertadores (2005) e um Campeonato Paulista (2005).
