No início da última temporada o encanto com Cotia se perdeu. Irônico, porque o final de 2023 e início de 2024 representava o retorno de Lucas Moura, o cara que lembrou ao torcedor que a solução vem de casa. Mas, quando olhávamos pra casa, já não parecia a nossa casa mais.
Resultados decepcionantes, uma campanha inicial no Brasileirão frustrante, demissão de técnico, falta de transparência… Eram muitos os motivos pro torcedor se desiludir com o que Cotia um dia representou. Ao olhar pra Cotia, não se via muita solução.
Mas o melhor estava por vir. Com a troca de técnico e com um pouco mais de atenção de todos, Cotia voltou a ser Cotia. O título da Copinha premia um trabalho de excelência de Allan Barcellos e nos promete sonhar com o futuro de diversas joias.
A essência de Cotia é sobre identificação. É sobre a “são-paulinidade”, sabe? Sobre representatividade. Não é necessariamente sobre craques. Isso é consequência. O São Paulo nunca revelou por revelar. Revelou sempre por amor à camisa.
Essa geração volta a representar isso. A esperança de que a solução pode sim estar novamente em casa. E não só a solução financeira, mas também a solução de um futebol são-paulino. Um futebol com identificação e identidade do clube.
Que dê certo essa nova geração. O que não falta é torcida por todos eles, e a certeza que terão apoio nos momentos bons e ruins.
Priscila Senhorães é setorista do São Paulo pela TNT Sports. Você provavelmente já viu conteúdos dela por aqui, seja entrevistando ou reportando. Priscila agregará colunas opinativas e com um toque de informação de quem conhece muito bem os corredores do Morumbis.
Confira minhas colunas anteriores aqui no Arquibancada Tricolor.
*As opiniões expressas aqui são de responsabilidade do autor do texto, e não refletem a opinião do site
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Concordo plenamente com você, Pri – o São Paulo seja com Cotia ou bem antes (afinal, várias revelações anteriores vieram do Pequeninos do Jockey e lá pelos anos 40-50, acho, isso o Michael Serra, historiador oficial do clube, sabe situar melhor) , era mais comum ver filhos e parentes de funcionários e de jogadores frequentarem as categorias inferiores do Tricolor) e como era bom, ver o clube sempre revelando jogadores para o time principal e muitas vezes nos ajudavam muito -.
A transparência está longe de ser ponto forte da gestão da base – do profissional, menos ainda, mas a palavra, curiosamente, remete a áureos tempos que o São Paulo era exemplo, PAGAVA EM DIA – hoje digo que temos fluxo de caixa vagal: afinal, né, Pri, “desconfiamos” de coisa errada no financeiro, porque há sempre atrasos de salários e direitos de imagem, o fundo já foi aprovado, o teto de gastos limita até quanto se gastar com salários e empréstimos e Casares que já disse “não é normal atrasar” em entrevista no Roda Viva (se não me falha a memória), continua permitindo, mas não incentiva uma auditoria independente nessas contas…
A base está largada há anos: os títulos, muito mais que agradecer a esses grandes jogadores que queremos que subam agora e já lamentando pela lesão de joelho do Hugo, posso falar com todas as letras que o responsável é Allan Barcellos, ele restaurou o nosso DNA e o orgulho de ser campeão por essa camisa que é tão pesada e tradicional.
A base precisa ser olhada com mais carinho: se Michael Beale – auxiliar de Rogério na primeira passagem de 2017, na curta passagem pelo Brasil, se encantou com Cotia e disse que se o São Paulo se organizar não precisa mais comprar jogadores, porque terá todos que produz aqui, imagina se fosse mais valorizada – me assustei, de verdade, na decisão da Copinha, quando Everaldo Marques disse que Cotia já rendeu R$ 2 bilhões em vendas de jogadores e a dívida do clube, está chegando no bilhão, olha só isso – .