O presidente do São Paulo falou sobre James Rodríguez e expôs seu real problema: “A vida não é só querer”
Tradução do artigo publicado pelo Diário AS, na versão colombiana com declaração de Casares sobre James
James Rodríguez é mais uma vez jogador do São Paulo. Pelas redes sociais, o clube brasileiro voltou a incluir o meio-campista em suas publicações diárias e aguarda ansiosamente o retorno de um dos jogadores mais importantes que vestiu essa camisa nos últimos anos.
Os ataques dos torcedores viraram mensagens de apoio, na esperança de que este segundo capítulo termine melhor que o primeiro.
A direção aceitou as desculpas de James, embora não tenha esquecido o que aconteceu há algumas semanas, quando ele se recusou a viajar com o restante da delegação para a final da Supercopa, em Belo Horizonte.
Esse gesto foi a ponta do iceberg de um problema que explodiria mais tarde com a renúncia do colombiano. James tentou rescindir o contrato, mas a falta de acordo econômico e o fato de a maioria dos mercados já estarem fechados prepararam tudo para que pudesse ficar pelo menos até meados do ano.
Declaração de Casares sobre James é publicada na mídia da Colômbia
Vários dirigentes falaram sobre a situação do 10 colombiano, mas ainda faltava a versão do presidente Julio Casares, principal responsável pela gestão da situação que gerou polêmica no Brasil e protagonizou as capas dos principais jornais esportivos.
Casares descreveu como “frustrante” James ter decidido não ir para Belo Horizonte, sabendo o que isso significa para vários jovens jogadores que o têm como ídolo. “Gosto dele como jogador, é um grande jogador que ainda pode dar bons resultados, depende dele”, disse em entrevista ao Casão Pod Tudo.
O presidente explicou que o verdadeiro problema é que “na vida não se trata apenas de querer, é preciso dar o exemplo”.
Com essa frase ele se referia ao fato de que, mesmo sem jogar, teve que comandar o time em uma partida tão importante quanto a que venceu nos pênaltis contra o Palmeiras, no Mineirão. “Se na televisão contratamos oito artistas e quatro sofrem problemas de adaptação, não têm o mesmo sentimento, não respondem ao público, não pagam bem… isso às vezes acontece”, explicou.
“Aprendi, sendo torcedor desse time, que nenhum presidente ou jogador é maior que a instituição. O seu staff nos disse que ele não estava contente, que não estava jogando e isso estava decidido”, acrescentou.
Casares insiste que “um jogador que veste a nossa camisa tem que querer, tem que gostar”, e por isso a sua rescisão foi aceita antes da reunião em que baixou a cabeça e pediu para regressar.
Casares e o motivo da contratação de James
Nessa mesma entrevista, Casares explicou os motivos pelos quais decidiu contratar James Rodríguez, apesar de já não jogar há quatro meses após deixar o Olympiacos da Grécia. “O James é um jogador que precisava se consolidar no clube e achávamos que naquela época o São Paulo precisava de um meio-campista mais clássico, tradicional, um jogador com essa visão”, disse.
“Achávamos que o São Paulo tinha que subir um pouco o nível. Ele não tinha direitos econômicos com outro clube, então não precisaríamos comprá-lo, ele viria pelo salário e pela questão dos bônus”, explicou.
Embora até agora as coisas não tenham corrido tão bem, Casares espera ver algo semelhante ao que fez Lucas Moura, que chegou na mesma época que James. “Acreditávamos que a chegada dele e do Lucas daria um pouco mais de força. Quando o Lucas chegou ele jogou contra o Corinthians e foi importante, e pensamos que com o James teria o mesmo efeito, ainda não foi assim, mas acho que ele pode conseguir”, completou.
James está treinando com o restante do time aguardando a oportunidade de voltar a jogar, que seria em março, quando o São Paulo poderá inscrevê-lo no Campeonato Paulista.
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