Liderança dividida?

Foto: Rubens Chiri / saopaulofc.net

Imagine que você trabalha em uma empresa, que não é aquele lugar mais desejado do mercado atualmente, mas paga legal, tem um clima agradável e seus colegas de trabalho são legais.

Na busca por melhorias, a empresa resolve trazer um grande profissional do mercado, que tem ótimos resultados, que passou pelas maiores empresas do mundo e é muito bem cotado.

Por mais que seja um cara acessível, ele tem um nível de exigência alto e certas atitudes que incomodam outros. Para a gestão, é até visto como positivo, pois pode elevar o nível dos demais.

Pense que essa empresa, é o São Paulo Futebol Clube e o renomado profissional, é Daniel Alves.

Vou compartilhar com vocês, um achismo meu, apenas uma teoria que me pareceu fazer mais sentido hoje, após um episódio ontem no Instagram.

O ambiente, o dia a dia e as mudanças

Nós reclamamos aqui há tempos, que o São Paulo parece ser um clube onde as cobranças por resultados não pressionam como deveriam, alguns jogadores e dirigentes, certo?

Sendo assim, como fica um ambiente que está acostumado a um ritmo mais cadenciado, ser impactado pela chegada de alguém com outra pegada, cobrando e exigindo entrega de todos? Até mesmo pela sua imagem.

Temos visto a cada dia, que Daniel Alves não apenas recebeu a liderança do elenco, mas também participa de decisões no futebol, como a escolha do treinador, que não era a primeira opção de nenhum são-paulino.

Essa modificação no ambiente pode ter afetado outros atletas do elenco? O combo “Camisa 10 + Faixa“, que era de Hernanes (embora usando outro número), passou a ter novo dono, de repente.

Logicamente que, aliada a essa modificação de liderança, o Profeta também teve que lidar com outras questões, que fizeram seu futebol cair bastante, a ponto de ir parar no banco, mas como isso pegou no grupo?

Teoria da conspiração?

Fiquei com a impressão que não houve apenas bons impactos na chegada de Daniel Alves. É um jogador que não será o salvador da pátria, mas teve boas atuações e bons números, mas também se destaca fora dos campos.

Sempre se posicionou como vencedor e atleta diferenciado, por isso mesmo, ganha o maior salário do elenco (um dos maiores do país). Há quem diga que no dia a dia, ele cobra muito do elenco, até de forma incômoda.

Tenho a impressão que isso pode ter gerado algum problema de relacionamento e alguma divisão no elenco entre os que preferiam a liderança de Hernanes ao invés da linha mais dura de Daniel Alves.

Ah, e ainda a redução de salários por conta da quarentena, que até Rai mencionou ontem na coletiva pós-jogo.

Não vou entrar no mérito se está certo ou errado, mas como é um achismo, penso em alguns fatos:

  • Hernanes tem ótimo comportamento e postura, sem nunca reclamar da reserva;
  • Pato também parecia ser um cara tranquilo no grupo, que não gera conflitos ou problemas de comportamento;
  • Em meio a renegociações e atrasos de salário, Daniel Alves chega ganhando muito mais que todos (proporcionalmente, por se tratar de um jogador top de mercado);
  • Tempos depois, a diretoria tentou negociar, mas sem sucesso, resolveu diminuir salários por conta da pandemia e isso contrariou alguns jogadores;
  • Até mesmo para zelar por sua imagem de vencedor, o camisa 10 não deseja passar em branco no São Paulo, cobrando e exigindo mais de seus colegas (o que até não é errado, mas há que se ter um certo tato para isso);
  • Começa a se formar um grupo de jogadores que apoiam o líder do time e outros que não gostam muito da dinâmica de trabalho no dia a dia;
  • O treinador (contratado por Daniel Alves) jamais tiraria o camisa 10 ou outros amigos próximos do time, independente da performance (Juanfran, por exemplo);
  • De titular absoluto a opção não utilizada no time, Pato pode ter questionado isso ou pedido mesmo para sair e contrariado o líder do time.
  • Pato entregou muito menos do que se esperava, além de ser um dos salários mais altos. A diretoria pensava em negociá-lo há mais tempo. Com isso, sua saída representaria economia aos cofres (embora pudessem tentar negociar melhor isso);
  • No dia seguinte à rescisão de Pato, Daniel Alves posta uma mensagem forte em seu Instagram;
  • Hernanes, outro preterido do time, tem sua saída especulada e não aparece nem mesmo como 5ª opção de substituição para Diniz, que alega em coletiva um receio de colocá-lo após a contusão que sofreu;
  • Gonzalo Carneiro, por exemplo, ficou um ano fora do time, mas foi relacionado e entrou nas últimas duas partidas;
  • Jogadores que não concordam muito com as atitudes de Daniel Alves passam a não render o esperado e acabam minando o time, que tinha um desempenho mais promissor antes da parada.
  • Para mostrar algum pulso, Rai banca Diniz e consequentemente, não gera conflitos com o atual defensor do treinador, Daniel Alves;

Ambiente e liderança fazem diferença. Assim como salários…

Pode parecer viagem total, mas pensando aqui, é algo que passou a fazer mais sentido e queria compartilhar com vocês para que possam opinar também.

Diniz tem grande parcela de culpa no momento do time, com uma insistência em alguns atletas e a desistência em outros, ao mesmo tempo que fixa um estilo de jogo que parece não funcionar.

Em outro ponto, Daniel pode e deve aparecer como principal referência no time, mas precisa consolidar um pouco mais essa liderança no campo, ainda mais para alguns torcedores que ainda olham com desconfiança.

E você, o que acha? Faz sentido essa viagem na maionese minha? rs
Opine, deixe seu comentário abaixo!

Compartilhe esta notícia