Por quê há profissionais saindo e abnegados mantendo cargos? | OPINIÃO

Salão Nobre Morumbi - Foto: Marcos Ribolli

Na tarde desta terça (08), o São Paulo comunicou a saída de Pedro Smania, coordenador de base, que estava no clube há cinco anos e, além de ganhar títulos, participou do processo de formação de atletas como Antony, Brenner e Luiz Araújo, entre outros.

No último mês, também houve o pedido de demissão de Camilla Prando, que havia sido contratada no ano passado para ser gerente de relações internacionais do São Paulo FC.

É normal que em uma empresa, profissionais tenham suas performances avaliadas e ocorram substituições em cargos, porém, quando esse mesmo tipo de avaliação de desempenho não acontece com os chamados “abnegados” e conselheiros que ocupam cargos e posições estratégicas no clube, é de se estranhar.

Por quantos anos vemos conselheiros com pouco ou nenhum conhecimento, ocupando cargos que deveriam ser de profissionais e muitas vezes, hierarquicamente acima de profissionais contratados, que não podem exercer suas funções como deveriam.

Há quanto tempo, vemos resultados pífios sem qualquer cobrança, em diversas áreas lideradas por conselheiros ou diretores adjuntos, que pouco entendem dessas funções, mas que ocupam esses cargos por benefícios políticos?

Profissionalismo pra inglês ver?

A impressão que tenho, é que muitos desses profissionais precisam de uma aprovação de um conselheiro ou abnegado em tudo o que pretendem fazer ou implementar internamente. Como isso pode dar certo? Uma profissionalização para “inglês ver”?

O que escuto de pessoas que conviveram com estes dois profissionais citados acima, são muitos elogios e lamentos por suas saídas, pois teriam muito a contribuir com o São Paulo, mas o consenso, é que tiveram suas ideias e ações cerceadas.

Há algum tempo, desenhamos um organograma do departamento de futebol do São Paulo, para mostrar mais ou menos como isso funciona. Como os cargos estão conectados e “quem manda em quem”:

Organograma | Arquibancada Tricolor
Organograma do departamento de futebol do São Paulo FC desde 2021

As saídas de profissionais nos faz pensar se eles tem realmente autonomia para trabalhar e até que ponto é interessante para o desenvolvimento do clube, contar com conselheiros ou abnegados em cargos adjuntos em áreas estratégicas.

Quantos projetos e ideias não são barradas ou deixam de ser analisadas por conta de questões políticas, achismos ou mesmo ego para que adjuntos apareçam mais ou tenham mais “poder”?

Deixo essa pergunta no ar, enquanto lamento ver o clube caminhando cada vez mais pra trás na profissionalização real.

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*As opiniões expressas aqui são de responsabilidade do autor do texto, e não refletem a opinião do site

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