Precisamos falar sobre Rodrigo

Rodrigo Caio, jogador do São Paulo FC, durante treino no CCT da Barra Funda, na Zona Oeste da capital paulista.

Por Lucas Torres

Rodrigo Caio Coquette Russo, jogador de futebol profissional nascido em Dracena, cidade do interior de São Paulo, em Agosto de 1992. Rodrigo começou sua carreira nas categorias de base do tricolor em 2005 aos 12 anos de idade e, apesar de mais novo que o restante, participou da vitoriosa geração de 2010, que faturou a Copa São Paulo de Futebol Junior daquele ano.

O zagueiro que sempre jurou amores ao vermelho, branco e preto subiu para o profissional em 2011 numa derrota marcante por 5 a 0 contra o arquirrival Corinthians, péssimo dia para começar a carreira. Apesar do julgamento de grande parte da torcida e bem menos brilho que os badalados Lucas, Henrique Almeida e Casemiro, com o passar do tempo seus “colegas” de 2010 foram tomando diferentes rumos, desde o Real Madrid até o Água Santa, e atuando de volante, lateral direito e zagueiro, Rodrigo foi conquistando o seu espaço no clube do coração e fez um início de temporada excelente em 2014, mas uma lesão o tirou dos gramados, voltou em 2015 e quase foi para Europa em uma daquelas “liquidações” que já nos acostumamos, mas ficou e ficou com sede de se tornar ídolo no maior clube do Brasil, feito que infelizmente, não conseguiu.

O respeito de parte da torcida foi crescendo e as boas atuações também, o que levou o polivalente zagueiro a constantes convocações nas seleções de base, e ser papel fundamental na inédita conquista da Olimpíada de 2016, o que deu moral ao jogador no mercado europeu e  grande respeito do ilustríssimo técnico da seleção brasileira, Adenor Leonardo Bachi, respeito esse que aumentou no polêmico lance de fair-play do Paulista de 2017, que em contrapartida enfureceu a torcida são-paulina.

Sempre no lugar errado e na hora errada, Rodrigo Caio esteve nos piores times do São Paulo dos últimos anos e talvez da história, 2011, 2013 e 2017 o que foi diminuindo a paciência do torcedor, que sempre tenta apontar vilões, e agora em 2018 o vilão é aquele mesmo garoto que sempre teve sangue tricolor correndo pelas veias. Desde 2017, o zagueiro sofre com algumas falhas, algumas capitais e outras não, o que tem prejudicado sua moral com a torcida, a mesma que comemora o gol marcado aos 47 ou a liderança exercida dentro de campo.

Falar de Rodrigo Caio é um assunto muito delicado, não está jogando tudo o que sabe, longe disso, mas e se esse mesmo Rodrigo “jogador de condomínio” fosse companheiro de zaga de Lugano e Fabão em 2005, será que a história não teria sido diferente? Precisamos enxergar nele um pilar desse inconstante time do São Paulo e parar de idolatrar jogadores que juram amor à camisa e partem para o River Plate com menos de um ano de clube. Ainda assim, acho muito complicado falar de Rodrigo, torço para que não seja como o já citado Casemiro, que saiu contestado e hoje esta entre os melhores volantes do mundo, mas se não tiver jeito e a torcida não conseguir amar-te, Rodrigo, torço para que você ache uma que o ame.

Foto: Divulgação

* A opinião do colunista não reflete a opinião do site

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