Leônidas da Silva: o diamante que abrilhantou o São Paulo

Foto: Revista Tricolor / A Gazeta Esportiva

Na década de 40, o São Paulo realizou uma das transações mais ousadas de sua história. Sob a desconfiança de todos no meio do esporte, o Tricolor contratou simplesmente aquele que era o maior jogador de futebol brasileiro até então: Leônidas da Silva. O valor pago foi o maior do futebol Sul-Americano na época e a chegada do craque movimentou multidões nas ruas e nos jogos.

Leônidas fez parte de um dos melhores times do São Paulo: o chamado rolo compressor. E a história que envolve o seu desembarque no time é feérica e de superação. Pela idade e por estar há tempos sem jogar, muitos falavam que o Tricolor havia contratado, na realidade, um bonde pelos 200 contos de réis pagos – algo em torno de 195 mil reais, o que era de grande vulto à época. Para melhorar, a transação ocorreu no dia 1º de abril, o dia da mentira. Mas mentira mesmo é o que os rivais gostariam que essa história fosse; Leônidas marcou época com a camisa do Mais Querido.

No dia 10 de abril de 1942, o craque foi recebido por nada menos do que 10 mil pessoas na Estação do Norte, no Brás. E o que se diz é que ele foi conduzido nos ombros pela multidão até a sede do cube, na rua Dom José de Barros, no centro da cidade. A euforia tinha motivo: Leônidas, ainda que não mais jovem, era extremamente técnico e havia disputado duas Copas do Mundo – sendo artilheiro da edição de 1938. Era um verdadeiro colosso que chegava ao Tricolor. Mas de nada adiantaria essa bagagem se não correspondesse em campo. E deu muito certo.

Pelo São Paulo, Leônidas da Silva, o Diamante, foi pentacampeão paulista (1943, 1945, 1946, 1948 e 1949) e marcou 144 gols em 212 jogos – o que o torna o 8º artilheiro de todos os tempos no clube. A estreia dele foi logo em um Majestoso, em 24 de maio de 1942, e até hoje detém o recorde de público do estádio (71.281 pessoas presentes). Apenas com a arrecadação do público, o São Paulo conseguiu reembolsar 40% daquilo que investiu no jogador. O jogo terminou num empate por 3×3, com uma assistência de Leônidas.

O Corinthians, aliás, parecia uma vítima predileta do craque: foram 19 confrontos, com 11 gols marcados, 10 vitórias e 4 empates. E foi no Pacaembu, aliás também, que o gênio do futebol realizou muitos de seus contorcionismos: as tais famosas bicicletas. Controvérsias à parte sobre ter ou não as inventado, é certo que o Diamante as popularizou e balançou a rede do estádio dessa forma em pelo menos cinco ocasiões registradas.

A passagem de Leônidas pelo São Paulo representou um dos casamentos mais gloriosos do futebol nacional. E também foi um divisor de águas no clube, que, a partir daquele momento, elevava-se ao patamar de gigante do cenário esportivo brasileiro. Graças a Leônidas, um fenômeno que cravou seu nome na história do Tricolor.

Lista de títulos conquistados por Leônidas no São Paulo:

  • Campeonato Paulista de 1943, 1945, 1946, 1948 e 1949.
  • Taça dos Campeões Estaduais Rio de Janeiro-São Paulo: 1943, 1946 e 1948.
  • Taça Cidade de São Paulo: 1944.
  • III Olímpíada Tricolor: 1944.
  • Taça Coletividade Brasileira, Paraguai: 1945.
  • Taça Cia. Internacional de Capitalização: 1946.
  • Taça Argemiro Ribeiro de Oliveira, Barretos: 1946.
  • Taça Cid de Mattos Vianna, Minas Gerais: 1946.
  • Taça Amizade, Rio de Janeiro: 1946.
  • Taça Governador Octávio Mangabeira, Bahia: 1947.
  • Taça Castelões, Ribeirão Preto: 1947.
  • Taça Dr. José Ribeiro Fortez, São Joaquim da Barra: 1948.
  • Troféu Casanova, Barretos: 1948.
  • Taça Corante Wilson, Paraná: 1949.
  • Pentagonal Rio-São Paulo – Taça R. Monteiro: 1949.
  • Taça Presidente Cícero Pompeu de Toledo, Bauru: 1949.
  • Troféu Filhos de Araçatuba, Araçatuba: 1949.

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