A gigante disparidade financeira no PPV e como o São Paulo é afetado

Foto Reprodução / SPFCTV

É sabido que existe uma diferença financeira nos direitos de TV entre os principais clubes do Brasil e isso tem sido um dos pontos de discórdia na criação da Liga Brasileira de clubes.

No entanto, pouco se sabia sobre o real impacto dessa diferença de valores e recentemente, tivemos acesso às projeções de lucro que mostram como o São Paulo está defasado nessa distribuição.

Existe uma cláusula nos contratos de Corinthians e Flamengo com uma proteção de valor mínimo (corrigido pela inflação) a ser recebido por esses clubes, desde 2019, independente de seus desempenhos de vendas.

De acordo com a coluna de Allan Simon no UOL, na época dos acordos, Flamengo e Corinthians receberiam a mesma quantia mínima do PPV, porém, após apuração do colunista, foi constatado que os cariocas tinham uma garantia mínima de receber R$ 120 milhões, enquanto o clube paulista partia de R$ 80 milhões.

Com a inflação, os valores foram corrigidos e a projeção mínima do Flamengo pulou para R$ 160 milhões enquanto o Corinthians receberá no mínimo, R$ 80 milhões.

Como fica isso com o desempenho técnico e de vendas?

Se considerarmos apenas o Premiere, que transmite as partidas dos dois principais campeonatos nacionais em modelo de assinatura, o Flamengo vai faturar 20% mais que o Palmeiras, mesmo com a soma de todos os direitos de TV do Campeonato Brasileiro.

Ainda que o Palmeiras confirme a campanha e seja Campeão Brasileirão, o time carioca receberá mais. Por conta dessa garantia mínima reajustada pela inflação no acordo do Flamengo e o alviverde receberá menos que o Rubro-Negro.

O Palmeiras, caso mantenha as mesmas transmissões que teve nos últimos brasileiros, receberá um total de R$ 126 milhões. Já o Flamengo, somente com essa receita garantida do Premiere, receberá um montante mínimo de R$ 160 milhões.

O que o São Paulo tem a ver com isso?

A distribuição financeira apresenta uma desvantagem muito grande para o São Paulo, que mesmo não estando em um momento técnico bom, tem a terceira maior torcida do país e um público consumidor muito grande.

Caso o Tricolor do Morumbi termine o campeonato na posição atual, receberá algo em torno de R$ 104 milhões, somando todos os direitos de TV do Brasileirão. É uma diferença de R$ 60 milhões para a receita do Flamengo, com o que eles recebem só com o Premiere.

Mesmo sendo uma das maiores torcidas do país e tendo um grande público potencial, não há esta cláusula de garantia mínima de recebimento. Este impacto financeiro é bem considerável para um clube com as finanças já combalidas e que depende de diversificação de receitas, além da força de seu torcedor.

A coluna de Allan Simon ainda informou que alguns clubes abriram mão dessa cláusula em 2019, em troca de poderem receber antecipação de receitas para terem pagamentos imediatos.

Na dependência apenas das performances de vendas de assinaturas, todos esses clubes se deram mal, pois ano a ano, a comercialização dos pacotes vem diminuindo bastante.

O resumo da tragédia, por decisão errada de dirigentes

Por essa decisão equivocada, o São Paulo, por exemplo, que tem 9% do total das assinaturas de PPV, tinha uma projeção de ganho anual na casa dos R$ 59 milhões em reportagem do colunista Rodrigo Mattos feita em 2019, ainda na expectativa de que o Premiere alcançasse vendas maiores.

Ou seja, os clubes que tem essa cláusula mínima, acabam sendo beneficiados com um aumento de valores devido à inflação e os demais, vão perdendo dinheiro a cada ano e vendo a distância aumentar cada vez mais.

Segundo Simon, a diferença do Flamengo para o São Paulo, que seria de R$ 61 milhões em um ano com a projeção inicial de 2019, poderá subir para mais de R$ 150 milhões na última temporada do contrato. Essa distância só poderia ser atenuada caso a arrecadação do Premiere aumentasse nos próximos dois anos.

Oremos.

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