O São Paulo divulgou na última terça-feira (08) o balanço financeiro aprovado pelo Conselho Deliberativo. O resultado é um déficit de R$ 287 milhões apresentado pelo clube.
Falando sobre o assunto, o superintendente do Tricolor, Márcio Carlomagno, em entrevista ao ge, falou sobre como o clube reage a tais resultados, e o planejamento para a reestruturação financeira do São Paulo.
Dentre as iniciativas para o estancamento da dívida, há a tentativa da diminuição dos gastos, uma maior assertividade no mercado, a criação de fundo de investimentos e a quitação de dívidas.
Márcio explica que, no primeiro mandato de Julio Casares, o objetivo era a conquista de títulos. “Então, há um investimento dentro das nossas condições para que o São Paulo voltasse a brilhar. Isso acaba gerando bons frutos, que é o caso do crescimento da nossa receita, mas também causou o crescimento das nossas despesas.”
Ele também cita alguns fatores que atrapalharam as finanças do clube, como jogadores lesionados, fazendo que o clube precisasse ir ao mercado, o recolhimento de taxas e ISS, e ainda o “investimento da base (que) passou a figurar como despesa, não mais como investimento.” Além disso, as eliminações da Copa do Brasil e da Libertadores da temporada passada também trouxeram impactos financeiros ao cofres do Tricolor.
Márcio fala positivamente de “movimentações históricas no São Paulo“, como o caso de contratos que, antes sendo de curto prazo, passaram a ser estendidos por mais anos. Ele também explica que o clube vinha frequentemente “tomando dinheiro do mercado sempre com mais taxas. Com a criação do fundo, estabilizamos esse crescimento.“
O superintendente explica que, para os próximos meses, o objetivo é “sobreviver até 31 de agosto, quando fecha a janela de atletas.” A partir daí, será necessário também analisar como o São Paulo se encontrará nas competições, pois “o resultado precisa ser imediato.“
Falando sobre o fundo de investimentos e demais soluções, Márcio é direto: “acho que é importante as pessoas saberem que o fundo não é a solução. É um dos passos para a nossa solução. A solução está mais na reestruturação de educação financeira, de entender o São Paulo como uma empresa que precisa dar superávit, ser lucrativa. Não importa o formato da instituição. Estamos num mercado capitalista e precisamos dar superávit.“
Explicando sobre as próximas metas financeiras, comenta: “deixarmos o clube com o endividamento estabilizado, receitas para o futuro, projeções de fluxo de caixa para o futuro, também.” E sobre o campo ligado diretamente ao futebol, a meta é “fazer janelas cada vez mais enxutas, mas melhores em termos de resultado.“
Falando sobre a busca pela retomada da credibilidade do São Paulo no mercado, Márcio diz que “a nossa marca sempre foi grande, reconhecida, mas no ponto de vista de receita ela estava pequena. Quando investimos, e isso é normal quando você expande a empresa, a despesa cresce também. Quando há esse grande investimento para buscarmos nossa credibilidade, abriu espaço para contratos milionários. Essa credibilidade nos trouxe para esse cenário.“
Ele acalma o torcedor ao dizer que “conseguimos brecar a crise antes da pior fase, do topo. Já começa a ter perspectiva de mudança.” No entanto, é enfático: “não está tudo bem. Muito pelo contrário. Estamos trabalhando para deixar tudo muito bem. Pensamos nos próximos anos, no curto prazo. Estamos nos esforçando para o clube ter um andamento, uma diretriz.”
Márcio finaliza fazendo uma analogia à mudança de rota de um grande navio, que deve ser mais suave, diferente da de um pequeno “jet-ski“. Arremata com as seguintes palavras: “miramos um horizonte. Talvez precisemos mudar um pouco para lá, um pouco para cá, mas nada resiste à força do trabalho.“
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Vejo essas notícias e fico revoltado, pois apelam para ignorância das pessoas. Tinha um chefe que falava que “se tiramos todos os defeitos, somos perfeitos”.
O senhor presidente se justifica com coisas impossíveis. “ah mas se tivessemos vendido”, “ahh mas mudaram a contabilização da base”, “ahh, mas tem os juros dos empréstimos”…para mim é tudo balela.
Pegue o balanço desse ano, tire as “muletas” que o presidente usa como justificativa, e só no fantástico mundo de Bob o São Paulo daria lucro.
Mesmo que tivesse vendido Pablo e Nestor, mesmo que os juros do empréstimo simplesmente sumissem, mesmo que não houvessem multas…gente, chega a ser criminoso.
Aqui eu fiz um exercício só para mostrar com números que só um doido aceita essas justificativas.
Recomendo que leiam o balanço com carinho. O Sócio Torcedor mais que dobrou de 23 para 24. O lucro do estádio dobrou, mas tá longe de cobrir o prejuízo tanto do futebol profissional, quanto da base. Sem contar os custos da administração, por volta de 50 milhões!!! Isso sem contar que pode ser que ainda venha uma dívida gigante do clube dos 13.
*valores em milhares de reais
Lucro / Prejuízo (Real) -287.640
– Se tivesse Vendido o Nestor ao invés de emprestar por EUR 8 milhões: +51.374
– Se tivesse conseguido vender o Pablo Maia: 64.218
Lucro / Prejuízo (Se tivesse vendido quem queria): -172.048
– Se não tivesse que pagar juros ou despesas financeiras: 93.386
Lucro / Prejuízo (Se tivesse vendido quem queria e deixado de pagar juros): -78.662
– Se não tivesse que mudar a contabilização da Base: 35.150
Lucro / Prejuízo (Se tivesse vendido e não pago juros e não mudado a contabilização): -43.512
– Se não tivesse que pagar multas pendentes: 31.694
Lucro / Prejuízo (Se tivesse vendido e não pago juros e não mudado a contabilização e sem multas): -11.818
– Se as dívidas tributárias fossem perdoadas integralmente do nada: 66.493
Lucro / Prejuízo (No conto de fadas do Presidente): +54.675