Marcio assume a formação dos goleiros da base

Você se lembra do goleiro Marcio Aguiar? Ele surgiu como uma grande revelação na base do Tricolor, inclusive sendo o titular da campanha vitoriosa da Copinha do ano 2000. Nos profissionais, Márcio alternou entre 2º e 3º goleiro e acabou não disputando nenhum jogo oficial, porém esteve na campanha dos títulos do Campeonato Paulista de 2000, Torneio Rio-São Paulo de 2001 e do Supercampeonato Paulista de Futebol de 2002.

Aposentado dos gramados neste ano, Marcio assumiu a preparação dos goleiros das três menores categorias de base do São Paulo (sub-9, sub-10 e 11 e sub-12 e 13), além de ser o responsável pela captação de novos goleiros.

Marcio comentou sobre a sua nova missão:

“Estou voltando ao São Paulo porque corre sangue tricolor na minha veia e é isso que eles querem de mim, que eu passe isso adiante. Não consegui jogar no São Paulo, mas dei certo. Passei por três clubes grandes, fiz mais de 500 jogos, então deu certo. Fizeram um goleiro lá. E agora o São Paulo quer voltar a formar goleiros novamente. Hoje o titular e o reserva (Sidão e Jean) são de fora do clube, sendo que nossa escola de goleiros sempre foi boa. Por isso eu cheguei para pegar do sub-13 para baixo, porque ali que começa a formar de verdade. Eu sou treinador de goleiros, mas meu principal papel é captação, é ter o feeling de analisar que um menino pode ser goleiro do São Paulo”.

“O que eles querem é não perder mais jogadores como o Ederson, que hoje está no Manchester City. Porque às vezes falta muito para os jogadores na questão física, mas é possível evoluir. Isso vale para goleiros e para jogadores de linha, e faz parte de um projeto do São Paulo, de formar o menino com DNA são-paulino, para o menino sair dali e dar frutos ao São Paulo”.

Marcio, que assumiu o novo cargo há 1 semana, tem se dedicado por volta de 12 horas de trabalho por dia no CFA de Cotia.

“Entrei no São Paulo aos 12 anos. Trabalhei com quatro preparadores: Toninho, Rojas, Moreira e Haroldo um pouco, pessoas que nunca saíram da minha memória, fazem parte do meu crescimento. Agora, eu quero sempre ficar do lado desses meninos, para ajudá-los a se tornarem homens e ser o que aqueles caras foram para mim. Quando eu cheguei era considerado muito baixo, não fiquei no clube. Mas um ano depois voltei e fiz tratamento, o médico disse que eu chegaria a 1,92m e fiquei no clube. Hoje eu vejo isso: se tem talento você tem que fazer um investimento, um trabalho em conjunto, confiar no garoto”.

Na entrevista para o UOL Esporte, Marcio também falou sobre o ídolo Rogério Ceni:

“Convivi muito tempo com ele. Eu era tratado por ele como sucessor, ele dizia que passaria o bastão para mim, que eu era o único jovem com esse perfil. A diretoria falava isso para mim também. Mas quando fui emprestado eu tomei gosto por jogar, aí acabei saindo de vez em 2006. Se for pensar eu ia ter que esperar uns 10 anos pelo Rogério se aposentar, eu ia assumir a titularidade com 32 anos (risos). Faz tempo que não falo com ele, depois que ele virou treinador não falei mais, tínhamos contato por Whats. Quando ele veio para o São Paulo disse que eu tinha portas abertas para ir lá. Sempre me tratou muito bem, considerei amigo meu, sempre que jogamos contra era uma alegria. Eu treinava falta com ele, conhecia as técnicas. Aí nos jogos contra ele queria bater, mas nunca fez gol (risos). Eu achava que ele ia ser presidente ou diretor do São Paulo, mas treinador não passava pela minha cabeça. Capacidade ele sempre teve para qualquer função, é um cara muito inteligente e com muito tempo na bola.”

Fonte: UOL Esporte

Foto: Instagram

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