Para conquistar a América!

17 de junho de 1992. Dia de decisão da Copa Libertadores da América de 1992. Desde 6 de março, quando o Tricolor iniciou a caminhada pela América, os são-paulinos almejam somente uma coisa: estarem presentes nesta final!

Após 12 jogos preliminares, em que o São Paulo despachou Criciúma, San Jose, Bolívar, Nacional do Uruguai e Barcelona de Guayaquil, o Tricolor alcançou o último estágio do torneio. Na primeira partida desta etapa, há sete dias, os argentinos do Newell’s Old Boys venceram por 1 a 0 em Rosário, através de um gol de pênalti muito questionado pelos jogadores brasileiros (no lance em questão, a bola resvalou na mão de Ronaldão).

O resultado, de modo algum, abateu o ânimo dos brasileiros – que nem por isso aliviaram para o árbitro chileno Hernán Silva. “O juiz equivocou-se e decidiu a partida a favor deles. Mas tudo bem, no Morumbi não tenho dúvidas da vitória”, afirmou o capitão Raí. Antônio Carlos foi mais incisivo: “O juiz meteu a mão”.  

“Insistimos no erro que nos persegue há muito tempo: perder gols. Criamos ótimas oportunidades, mas não marcamos. Jogamos melhor do que eles. O Newell’s não é tudo isso que eu esperava. Acho até que se acovardou. Não foi uma vitória merecida, pois o São Paulo foi melhor em campo”, disse o comandante são-paulino, Telê Santana.

“O São Paulo não merecia a derrota, pois criou muitas oportunidades. Vamos massacrar eles no Morumbi”, prometeu o atacante Müller.  

De volta a capital paulista após dois dias de concentração em um hotel fazenda em Atibaia, longe dos holofotes da imprensa, a delegação são-paulina formada por Telê para a partida de logo mais, às 21h30, é composta, como de praxe, por 16 atletas relacionados. São eles:

  • Goleiros: Zetti e Alexandre;
  • Defensores: Cafu, Antônio Carlos, Ronaldão, Ivan, Adilson e Ronaldo Luís;
  • Meio-campistas: Pintado, Raí, Suélio;
  • Atacantes: Palhinha, Elivélton, Müller, Catê e Macedo.

Depois de escalar uma equipe mista contra o Flamengo, no último dia 14, com Vítor, Marcos Adriano, Sídnei, Cuca e Rinaldo, a equipe tricolor volta com carga máxima para a decisão da Libertadores no Morumbi. Antônio Carlos, Ivan, Pintado, Raí, Palhinha, Müller e Elivélton haviam sido poupados e ficaram fora do jogo contra os cariocas. Cafu atuou poucos minutos, substituindo Rinaldo.

Zetti, que recentemente falhara em dois gols (um contra o Barcelona de Guayaquil, outro contra o Flamengo), foi garantido como titular para o jogo pelo preparador de goleiros Valdir de Moraes “Não dá pra esconder o que todo mundo viu. A falha ocorreu, mas é um acidente de trabalho comum a todos os profissionais. Um erro do Zetti não pode destruir tudo o que ele fez e fará dentro do São Paulo”, disse o profissional em defesa do goleiro após as cobranças que o atleta vêm sofrendo por parte dos torcedores.

A torcida, por sinal, pode ser todo o diferencial a favor do Tricolor na noite de hoje. O capitão Raí pediu aos torcedores que compareçam em massa ao Morumbi. “A presença deles será fundamental para chegarmos a vitória. Espero um público de 100 mil pessoas”.

SÃO PAULO x NEWELL’S OLD BOYS

Copa Libertadores da América

Local: Morumbi, São Paulo (SP)
Data: 17/06/1992 (quarta-feira)
Horário: 21h30 (de Brasília)
Transmissão: Twitter, Facebook e Youtube

Árbitro: José Joaquín Torres Cadenas (COL)
Assistentes: John Jairo Toro Rendon e Jorge Eliecer Zuluaga (COL)

Time provável: Zetti, Cafu, Antônio Carlos, Ronaldão e Ivan; Adilson, Pintado e Raí; Palhinha, Müller e Elivélton.

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