Segundo informações Globo Esporte, os vinte clubes que disputam a séria A do Campeonato Brasileiro em 2021 assinaram um documento para formar uma liga a fim de organizar a maior competição nacional.
Ainda de acordo com o GE, os planos para a criação da liga já estavam sendo discutidos e as recentes acusações de assédio sexual que afastaram Rogério Caboclo da presidência da CBF aceleraram o processo. A ideia dos signatários é organizar o novo torneio a partir do ano que vem.
O presidente do São Paulo, Júlio Casares, falou sobre o tema:
“Não há como falar em futebol, sem fortalecer os nossos clubes em todo o país. Com serenidade, responsabilidade, profissionalismo e união, estamos dando passos iniciais para potencializar o produto futebol e as nossas marcas, nossos clubes, a grande paixão Nacional. Eis a oportunidade“, disse Casares em seu Instagram.
Na manhã de hoje (15), os dirigentes apresentaram a ideia em uma reunião com Walter Feldmann, secretário geral da entidade, em um hotel da Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. Outros assuntos foram discutidos, mas a criação da liga foi tratada como pauta fundamental pelos cartolas, que desejam ter mais participação nas decisões que a entidade toma.
Um exemplo de como os clubes têm pouco poder nos rumos dos campeonatos nacionais são as assembleias organizadas pela entidade máxima do futebol brasileiro, que funcionam de duas formas: a Administrativa e a Seletiva. Na primeira, só participam as 27 federações estaduais, que têm de fato o poder de destituir o presidente caso julguem necessário. Na Seletiva, aí sim as agremiações são ouvidas, mas somente para escolherem o presidente e os vices da CBF. Contudo, elas não têm tanta força. Os votos das 27 federações têm peso 3 (81); os clubes da série A peso 2 (40); e os da série B peso 1 (20). Assim fica fácil entender o incomodo com a disparidade no poder de decisão.
O artigo 24 da CBF prevê que para a criação de uma liga é preciso que a Assembleia Administrativa, aquela em que só as federações participam, aprove o projeto que na prática tiraria seus poderes.
Veja a íntegra do documento entregue à CBF:
1. Requerer a imediata alteração estatutária que consagre uma maior participação dos Clubes nas decisões institucionais e na gestão da CBF, admitindo-se os clubes como filiados desta entidade;
2. Dentre os itens desta alteração estatutária, necessariamente deve ser incluída a votação igualitária nas eleições para escolha do Presidente e Vice-Presidentes da CBF, sendo certo que Federações e Clubes das Séries A e B terão seus votos contados de forma unitária e com o mesmo peso entre si;
3. Ainda no que se refere à alteração estatutária, inclui-se o fim dos requisitos mínimos para inscrição nas chapas concorrentes à eleição desta entidade, abolindo-se a necessidade de apoio de 8 (oito) federações e 5 (cinco) Clubes, permitindo-se o lançamento de chapas que tenham o apoio expresso de, ao menos, 13 eleitores independente de serem clubes ou federações;
4. Comunicar a decisão da criação imediata de uma Liga de futebol no Brasil, que será fundada com a maior brevidade possível e que passará a organizar e desenvolver economicamente o Campeonato Brasileiro de Futebol. Além dos Clubes signatários, os Clubes da Série B serão convidados a integrara a Liga.
Os clubes adotarão medidas efetivas para consumar a sua associação, para, de forma organizada, exercerem a administração do futebol brasileiro e do seu calendário.”
Fonte: Globo Esporte
