Até quando? | OPINIÃO

Gabriela Anelli - Foto: Reprodução Internet

A semana começou com uma notícia triste e que mais uma vez abala o futebol brasileiro: outra pessoa perdeu a vida devido à violência entre “torcedores”.

Nem é possível chamar de torcedor, um indivíduo que está disposto a matar ou morrer por conta de divergências em algo que deveria ser um entretenimento, uma diversão.

Muitas pessoas concentram no futebol as frustrações e derrotas que tem em suas vidas, potencializando a paixão por um esporte como algo em que suas existências dependem e estão em jogo.

Para quem ama o esporte de verdade, é mais um capítulo de derrota, maior do que qualquer placar negativo envolvendo alguma equipe em campo. Perdemos como sociedade mais uma vez.

E esse tipo de situação é um reflexo da sociedade em que vivemos, onde somos derrotados a cada dia em que uma guerra como essa (e tantas outras) continua existindo sem qualquer punição ou ação às causas verdadeiras.

Quando bandidos se infiltram e se organizam em grupos, o sentimento de impunidade e de liberdade para cometer crimes é potencializado.

Atuar na raíz do problema é essencial

Por mais que toda generalização seja burra, como diria Nelson Rodrigues, pelo histórico, a associação desses crimes à torcidas organizadas, acaba sendo automático.

Nada, absolutamente nada justifica uma morte por algo tão banal. Seja alguém envolvido em uma briga ou sendo vítima de um crime por conta de uma confusão.

Ainda existem muitas pessoas de bem nas organizadas e com intenção apenas de fazer festas e incentivar seus times e, sinceramente, eu gostaria muito que estes pudessem agir internamente para que a cultura do ódio ao torcedor rival, um dia acabe.

Além de toda a barbárie, vamos também afastando cada vez mais as nossas crianças, que vão torcendo e se identificando mais com clubes de fora, matando aos poucos o futebol brasileiro.

Tragédias anunciadas

Estamos próximos de tragédias como essa acontecerem com jogadores também, já que muitos defendem o terrorismo, ameaças, agressões, invasões a campos e centros de treinamentos, assim como outros tipos de coação.

Enquanto os bandidos, disfarçados de torcedores continuarem com a sensação de impunidade e sendo financiados, seja por diretorias de clubes ou por quem acha legal a cultura do “mato um, mato cem“, veremos mais vidas perdidas como a da torcedora palmeirense.

Meus sentimentos aos familiares e amigos.

*As opiniões expressas aqui são de responsabilidade do autor do texto, e não refletem a opinião do site

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