As novas contratações agitaram o começo de ano do São Paulo. Em 2020, o único reforço que o time comandado por Fernando Diniz teve veio de graça, mas virou destaque. O atacante Everton foi para o Grêmio e Luciano veio para o Morumbi. A negociação foi certeira, já que ele foi de extrema importância para o time, terminando o Brasileirão como artilheiro com 18 gols. Everton continuou com desempenho irregular, passando maior parte do tempo no banco gremista.
A temporada de 2021 começou diferente da anterior. Em fevereiro, o São Paulo anunciou o primeiro reforço, o atacante Bruno Rodrigues que em 2020 defendia a Ponte Preta na segunda divisão. Ele foi o principal artilheiro da equipe, com 11 gols e também maior garçom, somando 12 passes para gol. O jogador pertence a Tombense-MG e estava emprestado ao time campineiro. O Tricolor desembolsou R$ 250 mil para contar com o jogador por empréstimo e o contrato conta com uma opção de compra com valor fixado em 1 milhão e 250 mil euros.
O zagueiro Miranda, tricampeão brasileiro com o Tricolor, também foi contratado sem custos após o Jiangsu Suning, da China, encerrar suas atividades. O atleta de 36 anos assinou um contrato até 2022 que prevê salário fixo e bônus por metas alcançadas. Do mesmo time chinês chegou Éder, atacante ítalo-brasileiro de 34 anos. O que preocupa sobre a dupla que veio da China é a forma física, já que ambos não atuam desde novembro de 2020. Miranda reforçou que, durante a paralisação do Paulistão por conta da pandemia, espera melhorar o seu preparo físico.
Com a saída de Juanfran, a diretoria se movimentou no mercado para buscar um lateral-direito para disputar a posição com Igor Vinícius. A escolha foi pelo colombiano Orejuela, que estava no Grêmio, mas pertencia ao Cruzeiro. Ele assinou até 2025 e já sinalizou à Crespo que pode atuar como ponta. O lateral se soma aos estrangeiros que já fazem parte do elenco o que levanta a questão de quem será relacionado para as partidas.
As competições da CBF permitem que cada time relacione apenas cinco estrangeiros para cada partida. Com o empréstimo de Tréllez ao Sport, o São Paulo tem cinco estrangeiros em seu elenco (Arboleda, Galeano, Rojas, Orejuela e Benítez, embora ainda tenha sido apresentado) e tem negociação com o meia uruguaio Gabriel Neves, mesmo que a diretoria tenha deixado claro que fez sua oferta final. Gonzalo Carneiro não entrou na conta pois está fora dos planos de Crespo.
Ao todo, o Tricolor contratou seis reforços para a temporada (contando com o meia William, ex-Palmeiras, que ainda não foi apresentado), estratégia bem diferente da adotada em 2020. Com elenco reformulado, técnico novo, o quanto dá para cobrar o São Paulo em 2021? Em relação ao rendimento da equipe, os resultados e as performances que darão a resposta.
O ponto que preocupa é a saúde financeira do clube. Em entrevista, o presidente Julio Casares confirmou que a dívida do São Paulo é de R$ 580 milhões. “Encontrei o clube devastado”, afirmou. Com a pandemia e a impossibilidade de lucrar com bilheteria, o prejuízo estimado para 2021 gira em torno de 60 até 80 milhões de reais. Para piorar, de acordo com o UOL Esporte, a diretoria não pagou o acordo coletivo firmado ainda em 2020 referente aos direitos de imagem.
Na última semana, foi divulgada que a dívida do São Paulo com Daniel Alves chega à R$ 10 milhões. Carlos Belmonte, diretor de futebol, disse que o atleta “recebeu menos do que jogador mediano”. O clube estuda parcelar o valor e utilizar parte do dinheiro da venda de Brenner. Mesmo com essas dificuldades, a diretoria trouxe seis reforços e a questão que fica é: como que o elenco será pago? Esperam receber a bonificação de algum título? Caso o não conquiste algum campeonato, o clube passará por um agravamento das suas dívidas? A temporada vai contar a história.
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