Dez anos do Tri-Hexa: o que aconteceu de lá pra cá?

Foto: Rubens Chiri / São Paulo FC

Hoje, 07 de Dezembro de 2018, completa-se dez anos do que muitos consideram nossa última conquista “expressiva”, o Hexa Brasileiro. Claro, fomos campeões da Sulamericana em 2012, mas tem muita gente que diz que o São Paulo parou no tempo e está estacionado lá em 2008.

De fato, muita coisa mudou de lá pra cá. O São Paulo parou de vencer campeonatos e pior: viu seus rivais tomarem um rumo completamente oposto, já que todos eles conquistaram títulos expressivos e aumentaram seus patrimônios neste intervalo.

Muitos atribuem esta parada no tempo à soberba que dirigentes, conselheiros e até mesmo torcedores adotaram quando o São Paulo ganhava de tudo. Outros simplesmente culpam a má gestão neste período, e lha que só tivemos três presidentes diferentes de lá pra cá: Juvenal Juvêncio, Carlos Miguel Aidar e, atualmente, Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco.

O último presidente vencedor foi Marcelo Portugal Gouvêa, que presidiu o Tricolor entre abril de 2002 e abril de 2006, sendo o antecessor de Juvenal Juvêncio. Durante o mandato, Marcelo Portugal Gouvêa conquistou um Campeonato Paulista, uma Libertadores e um Mundial, além de moldar o São Paulo que foi Tetra-Campeão Brasileiro em 2006. Além disso, dá pra dizer facilmente que o DNA de Marcelo Portugal Gouvêa ainda estava nos times campeões brasileiros de 2007 e 2008. O ex-presidente faleceu no dia 29 de Novembro de 2008, devido à complicações em sua cirurgia de ponte de safena, com 70 anos de idade.

Juvenal Juvêncio assumiu em abril de 2006 e ficou até abril de 2014, já tinha sido presidente entre abril de 1988 e abril de 1990. No total, foram nada mais, nada menos, do que quatro mandatos. No primeiro e no segundo (1988-1990/2006-2008) ele até que conseguiu ser “vencedor”, mas a partir do terceiro e quarto mandatos (2008-2011/2011-2014), a coisa “desandou”.

O São Paulo passava a ser um time de “soberbos”, de “gente metida” e, consequentemente, passou a ser evitado e, até mesmo, prejudicado nos bastidores. Seus rivais passaram a não mandar mais jogos no Morumbi, migrando para o Pacaembu e pior: construindo estádios invejáveis. Ainda prefiro o Morumbi, mas não sou hipócrita a ponto de falar que nosso estádio é mais moderno e prático.

Sobre jogadores, um caos. Contratações duvidosas, vendas, vendas e mais vendas, pouco aproveitamento da base, além de uma troca de técnicos absurda. No seu último mandato vitorioso, J.J. manteve Muricy Ramalho mas, depois disso, trocamos de técnico mais de VINTE vezes.

O São Paulo passou a ser o quarto grande de São Paulo. Corinthians, Santos e Palmeiras estão muito na nossa frente nesses últimos anos, sendo que o alvi-verde teve um período bastante ruim também, mas se ergueu com a ajuda financeira da Crefisa e, hoje, é o maior clube no Brasil em termos de patrimônio. O Corinthians nos ultrapassou em títulos brasileiros, conquistou sua primeira Libertadores e seu primeiro mundial digno, além de vários estaduais e Copa do Brasil. O Santos empatou com o São Paulo em títulos na Libertadores e ganhou alguns estaduais, enquanto o São Paulo venceu uma Copa Sul-Americana, mas vem sendo o maior perdedor de clássicos entre os quatro da elite paulista.

Aidar foi nosso último presidente antes da Era Leco e um dos mais polêmicos. Foi o primeiro presidente a renunciar o cargo. O pior é que sua renúncia foi fomentada por questões graves, como comissões duvidosas na compra e venda de jogadores, entre outras manobras. Foi presidente nos anos 80, quando o São Paulo conquistou o Campeonato Brasileiro de 1986, time que tinha Careca. Seu último mandato foi entre abril de 2014 e outubro de 2015.

Atualmente, o São Paulo tem Leco como presidente. Ainda é um time sem identidade, sem alma e que continua sendo inferior aos rivais, talvez empatando com o “terceiro maior do estado”, no máximo.

Confira ano a ano, os resultados do São Paulo após o Hexa em 2008:

2009:
Estadual: Eliminado na Semi-Final (Corinthians)
Libertadores: Eliminado nas Quartas de Final (Cruzeiro)
Campeonato Brasileiro: 3º Lugar

2010:
Estadual: Eliminado na Semi-Final (Santos)
Libertadores: Eliminado na Semi-Final (Internacional)
Campeonato Brasileiro: 9º Lugar

2011:
Estadual: Eliminado na Semi-Final (Santos)
Copa do Brasil: Eliminado nas Quartas de Final (Avaí)
Sulamericana: Eliminado nas Oitavas de Final (Libertad-PAR)
Campeonato Brasileiro: 6º Lugar

2012:
Estadual: Eliminado na Semi-Final (Santos)
Copa do Brasil: Eliminado na Semi-Final (Coritiba)
Sulamericana: Campeão
Campeonato Brasileiro: 4º Lugar

2013:
Estadual: Eliminado na Semi-Final (Corinthians)
Libertadores: Eliminado nas Oitavas de Final (Atlético-MG)
Recopa Sulamericana: Vice-Campeão (Corinthians)
Copa Suruga Bank: Vice-Campeão (Kashima Antlers-JAP)
Sulamericana: Eliminado na Semi-Final (Ponte Preta)
Campeonato Brasileiro: 9º Lugar

2014:
Estadual: Eliminado na Semi-Final (Penapolense)
Copa do Brasil: Eliminado na Terceira Fase (Bragantino)
Copa Sulamericana: Eliminado na Semi-Final (Atlético Nacional-COL)
Campeonato Brasileiro: Vice-Campeão (Cruzeiro)

2015:
Estadual: Eliminado na Semi-Final (Santos)
Libertadores: Eliminado nas Oitavas de Final (Cruzeiro)
Copa do Brasil: Eliminado na Semi-Final (Santos)
Campeonato Brasileiro: 4º Lugar

2016:
Estadual: Eliminado nas Quartas de Final (Audax)
Libertadores: Eliminado na Semi-Final (Atlético Nacional-COL)
Copa do Brasil: Eliminado nas Oitavas de Final (Juventude)
Campeonato Brasileiro: 10º Lugar

2017:
Estadual: Eliminado na Semi-Final (Corinthians)
Sulamericana: Eliminado na Primeira Fase (Defensa y Justicia-ARG)
Copa do Brasil: Eliminado na Quarta Fase (Cruzeiro)
Campeonato Brasileiro: 13º Lugar

2018:
Estadual: Eliminado na Semi-Final (Corinthians)
Copa do Brasil: Eliminado na Quarta Fase (Atlético-PR)
Copa Sulamericana: Eliminado na Segunda Fase (Colón-ARG)
Campeonato Brasileiro: 5º Lugar

Por Igor Martinez

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