Como seriam as finais de Mundial se o SPFC tivesse vencido outras 3 Libertadores?

O São Paulo é o clube brasileiro com o maior número de títulos internacionais, único Tricampeão do Mundo e fez 6 finais de Libertadores. Como seriam as finais de mundial de clubes nos anos em que batemos na trave para ir?

Todo são-paulino sabe de cor, os anos em que fomos campeões mundiais, e os adversários. Barcelona, Milan e Liverpool foram nossas vítimas em 1992, 1993 e 2005, respectivamente.

Porém, essa semana, me veio esse exercício do “se”, pensando nos anos em que perdemos finais de Libertadores e ficamos perto de ir novamente ao topo do mundo. Veja como seria:

1974 – O primeiro brasileiro depois do Santos de Pelé

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Pedro Rocha, o líder do time vice-campeão da Libertadores de 1974

Nos anos 70, a Copa Libertadores não era um torneio tão priorizado pelos clubes brasileiros. Muito devido à violência que ocorria nos confrontos com clubes dos outros países, além da falta de controle de doping e denúncias de subornos.

Este foi o motivo aliás, para que alguns campeões europeus, desistissem de disputar a decisão da Copa Intercontinental (nome dado à época para o Mundial de Clubes), quando deveriam enfrentar clubes argentinos ou uruguaios.

Em 1974, o São Paulo chegou às finais da Copa Libertadores pela primeira vez, comandado por um craque que já havia vencido o torneio por 3 vezes com o Peñarol.

Enfrentamos o forte time do Independiente, que já era bicampeão em 1972 e 1973 (e seria tetra campeão consecutivo).

Vencemos o jogo de ida no Pacaembu (2×1), perdemos em Avellaneda (0x2) e na época, havia o jogo desempate, marcado em campo neutro. Em Santiago, perdemos por 0x1, após desperdiçarmos um pênalti, que mudaria o destino do jogo.

O rival europeu: Bayern de Munique

Na Europa, a então Taça dos Clubes Campeões Europeus (nome dado à época para a Champions League) reunia em sua final, o poderoso Bayern de Munique contra o Atlético de Madrid.

Foi o primeiro dos 3 títulos seguidos do Bayern, o primeiro título de um clube alemão e a primeira final que precisou de um jogo extra, após um empate em 1×1.

Devido a históricos de violência em finais passadas, o Bayern se recusou a participar da disputa do mundial de clubes contra o Independiente e a UEFA indicou a participação do vice-campeão continental, o Atlético de Madrid.

Até 1979, as finais de mundial de clubes eram jogadas em duas partidas, na casa de cada um dos finalistas.

São Paulo x Bayern de Munique – Como teria sido?

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O São Paulo na final da Libertadores de 1974

É claro que tudo isso aqui, é apenas uma brincadeira e suposição, mas vale o exercício de achismo para imaginar um confronto entre essas equipes.

Possivelmente, os alemães aceitariam a disputa contra os brasileiros, já que o Bayern se recusou novamente a enfrentar o Independiente em 1975 e só jogaria a final do mundial contra o Cruzeiro, em 1976.

O Bayern era a base da seleção alemã, campeã mundial de 1974. Um time quase imbatível que contava com Sepp Maier, Franz Beckenbauer, Paul Breitner, Gerd Muller e outras lendas.

Por mais que o São Paulo tivesse o lendário Pedro Rocha e ótimos nomes como Valdir Peres e os guerreiros Chicão e Forlan, dificilmente venceríamos aquela hipotética decisão.

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Bayern de Munique, campeão europeu em 1974

Imaginando um possível confronto, vale pensar como seria épico ver aquele time do Bayern atuando no Morumbi lotado em uma das partidas, e depois o nosso Tricolor indo à Alemanha enfrentá-los no Estádio Olímpico de Munique.

Sem dúvidas, uma decisão que entraria para a história do São Paulo, já que em uma época que não se dava tanto valor à Copa Libertadores, o Tricolor já se mostrava pioneiro e forte nos confrontos internacionais.

Aliás, em 1992, quando o São Paulo venceu a Libertadores, abriu caminho para que todos os brasileiros passassem a dar mais valor à competição continental.

1994 – O Tricampeonato Mundial poderia vir 11 anos antes

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São Paulo x Velez, uma final dolorosa, decidida com ajuda do apito e mais um pênalti perdido

O cenário para a final da Copa Libertadores de 1994 trazia o grande São Paulo de Telê Santana, já enfraquecido pela saída de Raí (um ano antes), mas ainda o favorito, contra o Velez Sarsfield da Argentina, comandado por Carlos Bianchi e Chilavert no gol.

O Tricolor era o atual bicampeão continental e buscava um inédito Tri para o Brasil. Apesar de uma campanha com atuações nem tão brilhantes como nos dois primeiros títulos, o São Paulo eliminou o Palmeiras, Unión Española e Olímpia em sua trajetória.

O Velez vinha de duas decisões por pênaltis no mata-mata e conseguiu fazer o mesmo nas finais ao vencer o São Paulo em Buenos Aires (1×0) e perder no Morumbi (0x1). O fato mais lembrado pela torcida são-paulina, foi um pênalti claríssimo, não marcado pelo árbitro, que poderia dar o título ao Tricolor.

O rival europeu: Milan

Do lado europeu, uma final que reuniu os melhores times dos últimos anos no continente e conhecidos nossos: o Barcelona que havíamos derrotado em 1992, reforçados com Romário em seu auge, e o Milan que foi base da seleção italiana, nossa vítima na final de 1993.

Mesmo com todo esse peso, a final apresentou um massacre do Milan, que goleou impiedosamente o Barça por 4×0, no Estádio Olímpico de Atenas.

Com essa final, ninguém imaginava que São Paulo ou Velez teriam chances na final do Mundial.

São Paulo x Milan – A revanche ou o Tri?

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O Milan que bateu o Barcelona na final de 1994

Por mais que o mundo do futebol tenha se chocado com o placar elástico da final da Champions, o Milan fez uma partida muito abaixo de todas as expectativas em Tóquio contra o Velez.

Em 1994, as finais de Mundiais de clubes já eram decididas em uma partida única no Japão. Desde 1980, a Toyota patrocinava o evento, revigorando o interesse dos clubes europeus, que nunca mais desistiram do confronto.

O zagueiro Costacurta, aquele mesmo que irritou Muller na final de 1993, foi responsável por cometer um pênalti, que gerou o primeiro gol dos argentinos, e uma falha em recuo de bola, gerando o segundo gol do time do Velez.

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O Tricolor na final da Libertadores de 1994

Neste nosso exercício de imaginação, seria possível imaginar um jogo bem difícil, já que o Milan não aceitaria perder novamente para o São Paulo.

Será que contaríamos com a ajuda de Costacurta em um novo confronto com Muller, dessa vez, irritando o zagueiro italiano?

A possibilidade real de um Tricampeonato Mundial contra os italianos, fechando com chave de ouro a Era Telê no São Paulo, seria um final digno de história de cinema.

2006 – O reencontro com o Barcelona em final de mundial

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São Paulo x Internacional – Exagero da arbitragem e uma final que virou guerra

A final da Libertadores de 2006 reuniu o São Paulo campeão do mundo, contra o Internacional, que chegava em sua primeira final desde 1980. O favoritismo era do Tricolor, até mesmo pelo desempenho crescente no mata-mata.

O Inter tinha uma equipe muito forte, mas as finais ficaram marcadas por uma jogada nos bastidores para que o principal atacante Tricolor, Ricardo Oliveira, emprestado pelo Betis, ficasse fora da segunda partida final. Mais detalhes dessa confusão, nessa matéria do Ge.com.

Além disso, no primeiro jogo da final, o São Paulo sofreu a perda dos jogadores que formavam o pilar mais forte da equipe: os volantes Josué e Mineiro. O primeiro, expulso (para muitos, exageradamente) e o segundo, por contusão, após ordens claras do treinador Abel Braga para Tinga, seu comandado.

Perdemos no Morumbi (1×2) e a partida final no Beira-Rio foi uma batalha épica até os minutos finais, onde houve falha de Rogério Ceni no início, mas uma partida guerreira da equipe que buscou um empate e quase levou a decisão para os pênaltis.

O rival europeu: Barcelona

Na Champions League, uma final memorável entre o Barcelona de Ronaldinho Gaúcho, Eto’o, Deco e companhia, contra o Arsenal de Henry, Gilberto Silva e outros. Um gol do ex-Tricolor Belletti, há dez minutos do término, deu a segunda taça aos espanhóis.

A vitória de virada, coroou o auge da era Ronaldinho no Barcelona, levando o clube para o topo, o que não acontecia desde 1992.

São Paulo x Barcelona – revivendo 1992

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2006 – O sonho de mais um mundial

O favoritismo do Barcelona com uma constelação de craques e o já evidente desnivelamento entre o futebol europeu e sul-americano, era imenso. Porém, a final entre Barcelona e Internacional, no Mundial de 2006, não mostrou isso.

No ano de 2006, o Mundial de Clubes já era organizado pela FIFA, assim como no ano anterior, e o torneio demandava que os campeões da Europa e América do Sul jogassem uma semifinal e a possível final.

Enquanto o Internacional teve um jogo duro contra o campeão da África, o Al-Ahly, vencendo por 2×1, o Barcelona desfilou sua categoria ao massacrar o América do México por 4×0.

Barcelona 2006 | Arquibancada Tricolor
O forte Barcelona de 2006

Caso o São Paulo tivesse chegado ao Mundial de Clubes daquele ano, é possível imaginar que passaria pela semifinal e enfrentaria o Barça na final da competição.

Mesmo com todo o favoritismo espanhol, seria um jogo bem disputado, já que o Tricolor tinha uma equipe muito dura e o Barcelona já percebia um leve declínio de sua principal estrela naquele final de ano.

O Barcelona perdeu a final daquele ano com o gol de Adriano Gabiru nos 8 minutos finais da partida. Não seria loucura imaginar que o São Paulo poderia batê-los e conquistar mais um título mundial.

Achismos e respostas que nunca teremos

Neste artigo, a ideia foi brincar um pouco com as possibilidades e achismos do que poderia acontecer em um possível confronto nas finais de mundiais de clubes que ficamos perto de disputar.

Dá pra afirmar algo? Claro que não. Mas é possível imaginar que seria quase impossível vencer o Bayern de Munique em 1974, mas poderíamos vencer o Milan em 1994 e o Barcelona em 2006.

E aí, concorda? Já tinha pensado em como seriam esses confrontos?
Opine aí!

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