Antony é um dos jogadores convocados pelo técnico Tite para disputar a Copa do Mundo do Qatar pela Seleção Brasileira, e esta semana concedeu uma entrevista ao The Players Tribune e falou sobre sua carreira no futebol.
O atleta, que atualmente atua no Manchester United, contou sobre a situação difícil que viveu durante a infância e a adolescência e revelou que em três ocasiões quase chegou a ser dispensado do Tricolor.
“Aos 14, consegui minha chance no São Paulo. Todos os dias depois da escola, eu ia para o clube com o estômago vazio. Às vezes, se fosse num dia bom, eu e meus companheiros de equipe fazíamos uma vaquinha para comprar uma bolacha para a viagem de ônibus de volta pra casa. Eu não tinha que fingir estar com fome de motivação. A fome era real. Dentro de mim, havia muita vontade — talvez você possa chamar isso de raiva. É que eu passei por alguns perrengues. Em três ocasiões diferentes, quase saí do clube. Eu estava na lista para ser dispensado. E nessas três vezes, sempre aparecia uma pessoa pra me salvar e a dispensa não aconteceu. Eles trabalhavam para que eu ficasse lá. Esse era o plano de Deus”.
E continuou: “Eu era tão magro, mas sempre jogava com “sangue nos olhos”. Esse é o tipo de intensidade que vem do lugar de onde eu vim. É algo que não tem como fingir . As pessoas pensam que estou mentindo quando digo isso, mas mesmo depois da minha estreia profissional pelo São Paulo, eu ainda morava na favela. Não, não — esta é a verdade — aos 17 anos, eu ainda dormia na mesma cama com meu pai. Ou era isso, ou dormir no sofá. Não tínhamos outra escolha”.
Antony também relembrou o dia que marcou um gol na final do Campeonato Paulista contra o Corinthians em 2019 e depois foi abordado por pessoas do local onde morava.
“Cara, ainda em 2019 quando fiz o gol contra o Corinthians, na final do Campeonato Paulista em Itaquera, e depois do jogo eu já estava de volta na favela onde eu nasci. As pessoas apontavam para mim na rua: “Acabei de ver você na TV. O que você está fazendo aqui?”. Eu respondia: “Irmão, eu moro aqui”. Todo mundo riu. Eles não acreditaram. Um ano depois, eu estava no Ajax, jogando a Champions League. Foi assim que as coisas mudaram rápido. Eu não só tinha minha própria cama, mas a Range Rover Evoque vermelha estava na garagem da minha mãe. Eu disse a ela: “Tá vendo, mãe? Falei que iria conquistar. E conquistei”.
A Seleção Brasileira já está em preparação para a disputa da Copa do Mundo e Antony faz parte do grupo que vai em busca do Hexa.
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