Bastaram as primeiras derrotas do São Paulo na temporada, e a prevista onda de críticas de uma pequena parte da torcida, começa a cogitar a saída de Carpini nas redes sociais.
Pedir a demissão de Thiago Carpini do comando técnico do São Paulo logo no início de sua jornada é, sem dúvida, um absurdo precipitado e irracional de uma cultura esportiva marcada pela falta de paciência, mesmo em um começo de trabalho com duas vitórias impactantes.
É essencial entender que o futebol, como qualquer esporte, exige tempo e paciência para que as ideias de um treinador sejam assimiladas pelos jogadores e se traduzam em desempenhos consistentes e resultados positivos.
Torcedores nas redes sociais começam a cogitar a saída de Carpini
Primeiramente, é preciso destacar que, embora com pouca experiência no futebol, a trajetória de Carpini até chegar ao comando do São Paulo traz expectativas sobre a aplicação de uma filosofia de jogo inovadora e uma gestão de vestiário capaz de controlar o elenco.
Porém, na prática, a realidade do futebol demonstra que mudanças significativas não ocorrem da noite para o dia. Cada jogador precisa de tempo para adaptar-se aos novos métodos de treinamento, assimilar táticas e desenvolver a química necessária com o restante da equipe.
Além disso, a pressão por resultados imediatos ignora os processos de médio a longo prazo necessários para a construção de equipes vencedoras. A história está repleta de exemplos de técnicos que, após um período de ajustes e desafios iniciais, levaram suas equipes a conquistas memoráveis.
Cogitar a saída de Carpini neste momento seria não apenas uma decisão apressada, mas também uma grande injustiça ao profissional e ao projeto que começa a ser construído.
Críticas são válidas e necessárias, mas isso é diferente de pedir demissão
Logicamente, críticas são válidas e o treinador, que errou em algumas escolhas, ainda vai errar mais até se consolidar e conhecer o elenco e como suas peças podem trabalhar melhor.
Não podemos ignorar também que em relação ao ano passado, perdemos todo o poder de criação de jogadas pelo lado esquerdo com as saídas de Beraldo e Caio Paulista, além de Nestor (por lesão). Aliás, as lesões, voltam a preocupar o torcedor, pois ainda em fevereiro, temos todos os laterais direitos lesionados e pelo menos três titulares (Lucas, Rato e Nestor), fora do time.
A cultura de troca de técnicos no Brasil tem se mostrado ineficaz na maioria das vezes, contribuindo para um ciclo vicioso de instabilidade e falta de identidade das equipes. É crucial que o torcedor do São Paulo e sua diretoria resistam à tentação de ceder à pressão por resultados instantâneos e ofereçam a Carpini o tempo e o suporte necessários para implementar sua visão.
Somente assim o clube poderá sonhar com uma trajetória de sucesso novamente. Afinal, a paciência é muito pedida, mas pouco aplicada, especialmente no futebol.
*As opiniões expressas aqui são de responsabilidade do autor do texto, e não refletem a opinião do site
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