Como funciona a eleição no São Paulo?

Fachada Morumbi

Temos visto muitos torcedores pedindo ações e protestos, além de atitudes de sites ou perfis em relação à eleição para presidência no São Paulo, mas há um formato que poucos conhecem.

Há muitos anos o clube funciona como um colegiado, que elege o presidente do clube e nossa ideia aqui é explicar um pouco, de forma bem básica, como é esse sistema.

Para ter direito a algo, é preciso ser sócio do clube

O primeiro passo para que um torcedor possa ter direito a algum tipo de influência na vida do clube, é ser sócio. E não é um sócio-torcedor, mas sim associado à área social.

Aí já encontramos o primeiro problema: A falta de informações.

Ao tentarmos acessar o link no site oficial do clube para buscar detalhes sobre como se tornar sócio, a página não existe:

Socio | Arquibancada Tricolor
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Há alguns anos, na gestão de Carlos Miguel Aidar, os valores de associação, ou seja, os valores para se comprar um título para ser sócio, subiram drásticamente. O que inviabilizou a entrada de novos associados.

Sendo sócio, você pode fazer algo, mas nem tão rápido

Digamos que você consiga manter os custos para ser sócio do clube. Isso não significa que já poderá votar e escolher os rumos de tudo. Até mesmo por segurança, é natural cumprir alguns requisitos.

É necessário, logicamente, estar adimplente (sem pendências nas mensalidades) e ser associado há pelo menos 3 anos para ter direito a voto.

Porém, esse voto, não seria para os candidatos à presidência, e sim, às eleições de conselheiros.

Como funciona a escolha e quantos são os conselheiros?

Há um total de 260 vagas de conselheiros no São Paulo Futebol Clube. Essas vagas são divididas entre 160 vitalícios e, a partir dessa próxima eleição em 2020, serão 100 conselheiros eleitos por voto.

Até a última eleição, eram 80 vagas eleitas por voto dos associados, sendo que metade delas, eram priorizadas por data de matrícula. Ou seja, se alguém quisesse se candidatar a ser conselheiro, 40 vagas eram priorizadas a quem fosse mais antigo de clube.

Os 100 conselheiros eleitos, junto aos 160 vitalícios votam para escolher o presidente do São Paulo.

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O social define o futuro do futebol

Com esse sistema de votação e hierarquia administrativa, conseguimos entender como a área social define o futuro do clube de futebol e as razões para que muitos peçam a separação dos dois ambientes.

Um grupo de 260 pessoas define quem vai comandar o clube para um mandato de 3 anos, com possibilidade de reeleição.

Por isso, um candiato à presidência do São Paulo Futebol Clube, precisa ainda fazer uma campanha política interna para garantir suas chances para gerir o clube.

Será que ainda é um formato adequado para administrar um dos maiores clubes de futebol do mundo, que movimenta milhões em receitas?

Quais mudanças são propostas?

Para muitos, a solução é a separação do futebol e da área social, na qual, poderiam existir gestões distintas. Porém, quem decide isso, é justamente quem perderia o poder e influência hoje.

É quase impossível imaginar que algumas pessoas que tem o apego e até mesmo, ego para influenciar a vida do clube, queiram perder essa força.

Outro ponto, é a proposta para que o Sócio-Torcedor tenha direito a voto no futuro.

É um caminho, mas é preciso ter muito cuidado, pois se isso não for devidamente pensado, podemos ver favorecimentos, “compras” de votos, eleitores “fantasmas”, como já vimos em outros clubes e muito mais.

E mais uma vez caímos no ponto mencionado há pouco, um conselheiro que detém um certo poder de escolha hoje, vai querer dividir isso com um sócio-torcedor? Difícil.

Comente conosco a sua opinião. Como você acha que o São Paulo poderia se modernizar?

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