Sem ousadia, o São Paulo não evoluirá

Foto: Rubens Chiri / saopaulofc.net

Mais um empate! Em quatro rodadas do Campeonato Brasileiro, o São Paulo ganhou uma vez, não perdeu nenhuma e empatou três. Isso resulta num aproveitamento de 50% e o exato décimo lugar na tabela. Ou seja, ainda que a competição esteja em seu início, temos um desempenho medíocre (explique-se: médio e nada mais que isso).

E para fugir dessa mediocridade e finalmente ganhar um título (atenção diretoria: não ganhamos absolutamente nada desde 2012, parece que vocês não se lembram disso, mesmo dirigindo um clube com DNA de campeão), é preciso evitar algumas atitudes que ocorreram claramente no sábado, contra o Atlético Mineiro, no Morumbi.

Ainda que a substituição do zagueiro Bruno Alves pelo atacante Marcos Guilherme no intervalo possa ser contestada (já que o Tricolor ganhava por 1 a 0 e tinha bom rendimento até então), houve um momento decisivo: a contusão de Nenê, aos 9 minutos do segundo tempo.

Nesse momento, quando o Atlético já dominava a partida, mas ainda vencíamos por 1 a 0, foi o momento em que Diego Aguirre preferiu escolher pelo volante Liziero para substituir nosso camisa 7. A partir de então, o adversário jogou quase o tempo todo no campo são-paulino. Daí veio a virada, evitada posteriormente por conta de uma boa substituição: a saída de Jucilei para entrada de Cueva.

Se aos 9 minutos o escolhido fosse Cueva ou Valdívia, certamente o time mineiro teria mais com o que se preocupar defensivamente, ainda que fosse pra cima e pudesse sim ganhar o jogo, mas essas escolhas e movimentos táticos durante a partida são decisivos. Torço para que Aguirre tenha compreendido esta questão e que jamais simplesmente coloque atacantes ou meias ofensivos para “parecer” ousado, mas que quando tiver a escolha, jamais opte por trazer o adversário para nosso campo. Como diria o grande Juan Carlos Osório (de quem sou fã): “defende bem quem se defende pouco”.

Atenção: não estou dizendo que Aguirre deva ser demitido ou que não goste do trabalho dele. Sou, aliás, radicalmente contra essa troca maluca de treinadores, diretores, jogadores, que fazem sempre o São Paulo estar num cenário de adaptação, jamais de estabilidade. Trata-se de uma crítica pontual ao jogo de sábado e a uma substituição que praticamente nos tirou a vitória.

Vamos ao jogo!

Quarta-feira temos um jogo importante contra o Rosário Central, da Argentina, pela copa Sul-Americana. Um público superior a 40 mil pessoas criaria um ambiente muito positivo para motivar o time a se superar, se classificar e evitar o que seria mais uma eliminação em mata-mata.

Aproveitando este gancho, conto uma história ocorrida no sábado: estava no lugar onde tradicionalmente fico (arquibancada azul, próximo da laranja) quando sentou-se ao meu lado um casal conversando em inglês. A mulher me fez algumas perguntas em português e explicou que o namorado é egípcio, mora na África do Sul e apaixonado por futebol que é, gostaria de ir a um jogo de futebol no Brasil. Ela então escolheu o Morumbi e, claro, acertou em cheio.

O egípcio foi chamado de Salah, muito bem recebido e se declarou são-paulino. Já à minha frente um pai estava ensinando o filho a xingar por meio do jogo. Enfim, só mesmo quem frequenta estádios sabe da experiência e de todas as peculiaridades envolvidas. Portanto, bora lá ajudar o São Paulo na quarta e ter ainda mais histórias para contar. Clique aqui e compre seu ingresso.

E clique aqui para ver a foto do casal.

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