Do céu ao inferno: confira um resumo da passagem de Crespo no São Paulo até aqui

Foto: Rubens Chiri / São Paulo FC

No dia 12 de fevereiro de 2021, São Paulo e Hernán Crespo selaram um acordo contratual com validade até o final de 2022. Com menos de cem jogos como técnico, mas respaldado pela campanha gloriosa da Copa Sul-Americana de 2020 com o Defensa y Justicia, os números predecessores não empolgavam tanto: foram 32 jogos, com 13 vitórias, 10 empates e 9 derrotas. Foram 47 gols marcados comandando o time argentino, contra 41 tomados. Um desequilíbrio que, friamente, trazia temor ao torcedor são-paulino.

Contratado após longo processo seletivo feito pela nova diretoria Tricolor, Crespo aproveitou parte do esquema montado por Fernando Diniz, mas com alterações que visavam aprimorar o sistema defensivo. Assim, um esquema com três zagueiros e um foco na movimentação dos alas surgia para potencializar um desgastado São Paulo, que vinha abalado pela perda de um Brasileirão em que fora campeão do turno e acabara perdendo o título na reta final após algumas polêmicas envolvendo comissão técnica e atletas.

De logo, Crespo afastou os fantasmas da desconfiança: com uma campanha surpreendente em que perdera apenas uma de suas 16 partidas, o técnico levou o São Paulo à quebra de seu longo jejum sem títulos – e justamente em cima de um rival, o Palmeiras. Embalado por algumas goleadas e sem ser derrotado em clássicos, o São Paulo de Crespo figurava na crítica especializada como um potencial time favorito no restante da temporada. A empolgação, contudo, parou por aí.

Após uma reta final irregular na primeira etapa da Libertadores, o Tricolor passou de fase na segunda colocação e acabou enfrentando o Racing, primeiro colocado de sua própria chave, nas oitavas d -final. Após um empate no Morumbi, a equipe foi buscar a vitória na Argentina, construindo um belíssimo resultado no El Cilindro. Mais uma vez, o time mostrava que era copeiro e se colocava como respeitável diante dos adversários, que já começavam a torcer o nariz pelos reveses no Campeonato Brasileiro.

Todavia, com uma sequência de contusões de diversos jogadores importantes, além de um esquema de revezamento bastante criticado, o time voltou a oscilar e a ocupar as posições inferiores na tabela do torneio nacional. Ainda assim, havia créditos com as classificações nos mata-matas, uma vez que o São Paulo chegou às quartas de final dos dois principais torneios que disputava até o momento.

O fim da paciência da torcida e da imprensa parece mesmo ter sido a derrota por goleada para o Palmeiras, no jogo de volta da Libertadores. Apático e entregue, o São Paulo foi completamente dominado e demonstrava uma discrepância de vontade com relação ao adversário. Ato contínuo, a derrota por goleada para o Fortaleza se deu de maneira semelhante. Uma equipe irreconhecível, sem gana e facilmente envolvido pelo esquema montado por Vojvoda foi vista na segunda partida das quartas da Copa do Brasil, colocando uma pá de cal na lua de mel entre Crespo e a torcida.

Mesmo diante desse cenário de eliminações, com o time mais perto da zona de rebaixamento do que do meio da tabela, Crespo segue com plena confiança da diretoria, que já deixou claro o desejo de permanência do treinador. Resta saber se a permanência da má fase e uma sequência forte de reveses poderá segurar o argentino por muito tempo no cargo do time do Morumbi.

*As opiniões expressas aqui são de responsabilidade do autor do texto, e não refletem a opinião do site

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