Hernán Crespo chegou. E agora? | OPINIÃO

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Nesta sexta-feira (12/2), toda a imprensa noticiou o acordo fechado para que o argentino Hernán Crespo seja o novo técnico do São Paulo. E então, nos vem a questão óbvia: é o nome certo para o clube em um momento como esse?

Em minha opinião, não. Ao que parece, o elenco vai passar por uma grande reformulação, não temos dinheiro e a seca de títulos já chega a 9 anos. Além disso, vivemos na temporada 2020 um verdadeiro festival de fracassos, vergonhas, eliminações e, principalmente, temos um elenco de derrotados e descompromissados (com raras exceções).

Crespo é um técnico em início de carreira. Os desafios acima exigem experiência e confiabilidade pública para que as dificuldades não sejam grandes demais após duas ou três derrotas. Desnecessário, dizer, porém, que terá toda minha torcida, até porque não torço pelo São Paulo por conta de uma ou outra pessoa, mas pelo sentimento verdadeiro que tenho pelo clube. Vestiu a camisa tricolor, tem meu apoio.

A contratação se deu, ao que consta, pelo estilo de jogo do argentino. Apesar das semelhanças com o padrão de Fernando Diniz, há uma tendência a mais velocidade e menos riscos. Parece interessante, porém, precisamos encontrar jogadores no mercado que se adaptem a esse padrão, e como já disse, em momento de crise financeira.

O que tenho certeza é que a torcida do São Paulo, além de títulos, espera atitude e respeito à nossa camisa. Pela história do Crespo (que tem um carreira brilhante como ex-jogador), de sua parte isso não faltará. O que espero é que ele, sua comissão técnica e todos que trabalham no futebol deem a devida atenção a esse ponto fundamental: não aguentamos mais jogadores que ganham muito e entregam pouco, líderes que não lideram, além da falta de noção sobre tudo o que passamos recentemente.

Se houver seriedade e comprometimento, menos mimimi, mais entrega, dedicação e respeito, o caminho se abre para que não apenas Crespo, mas todos no clube sejam bem sucedidos em 2021. Começar por um time mais guerreiro e com menos grife (portanto, mais barato) é um bom início.

Que todos, da presidência a comissão técnica, passando pela diretoria, tenham coragem de tomar decisões que podem parecer duras, mas muito necessárias. O sucesso de Crespo e sua comissão dependem dessas escolhas, já que com esse elenco de perdedores, que abrem mão de um título por questões pessoais, nem Telê Santana ressuscitado daria jeito.

*As opiniões expressas aqui são de responsabilidade do autor do texto, e não refletem a opinião do site

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