Em um mundo ultra conectado e online 24hs por dia, ficou cada vez mais comum, termos acesso irrestrito a informações, sejam elas boas ou de péssima qualidade. Com isso, as fake news, como a atual: Messi no São Paulo.
Já cansamos de ver como a indústria da mentira é eficaz na produção de conteúdos enganosos visando lucro, seja na política, em estelionatos no dia a dia e claro, o esporte não ficaria de fora.
Em um surto coletivo, alguém resolve postar nas redes sociais que Lionel Messi, que ficará alguns meses inativo por conta da eliminação de seu time na MLS, poderia, por algum motivo e sem nenhuma ligação ou interesse em atuar no Brasil, aceitar uma proposta do São Paulo.
O São Paulo ainda tem uma dívida astronômica, tem dificuldades para manter o elenco atual e vai tentar buscar reforços para a próxima temporada, com base nas possibilidades financeiras atuais. Você realmente acha que seria possível arcar com custos de salários, comissionamentos e afins para alguém desse porte?
Por que as pessoas se deixam levar por mentiras?
Culturalmente, em vários campos e temas, até mesmo pelos escassos investimentos em educação ano após ano, nosso país sofre demais em vários níveis. E isso tem feito com que muitas pessoas caiam em golpes e acreditem em qualquer coisa que seja contada de forma convincente.
Seja por inocência ou por querer acreditar em ilusões, muitas pessoas se deixam levar por fantasias como essa e repercutem esse tipo de conteúdo, mesmo que não exista nenhum indício ou fonte confiável.
Neste caso do alegado interesse de Messi em uma suposta proposta feita pelo São Paulo, vi uma postagem, claramente irônica, usando como fonte “jornais americanos” e “jornal Metrópole”, sem qualquer link, e mesmo que houvesse, qual a credibilidade de tal veículo para tal informação? Porém, amplamente replicada como verdade.
BOMBAS e NOTÍCIAS URGENTES todos os dias
É o mesmo que acontece na época de fim de temporada, quando o Mercado da Bola começa a se agitar. Sempre existe alguém no Twitter ou um “amigo de um amigo”, que tem uma informação privilegiada, que nenhum grande portal, jornalista ou setoristas do clube, tem. O “alecrim dourado” é o único com tal informação e é alçado à fama de 15 minutos das redes sociais, como influente.
Golpes, estelionatos e fake news dão dinheiro. A cada vez que um clique é dado ou um artigo mentiroso e falso, sem nenhuma fonte confiável, é lido, você está colaborando financeiramente para que essa indústria da mentira se perpetue.
Já reparou como todos os dias tem uma “BOMBA”, ou um “ACABARAM DE ANUNCIAR”?
Os portais que fazem isso, faturam muito dinheiro e tem estratégias muito bem desenvolvidas para aparecer em mecanismos de buscas ou patrocinando esses artigos para aparecer cada vez mais em seu celular ou computador. E com a conivência de empresas como o Google, Microsoft e outras, que não se preocupam, desde que estejam faturando.
Exemplos de Fake News e Sensacionalismo
Veja alguns exemplos de como o leitor é induzido a clicar em conteúdos falsos ou que nada tem a ver com a realidade:
É desonesto com o leitor. E o que mais indigna, é que existem marcas que patrocinam esse tipo de sites, interessados apenas na grande audiência e fluxo de pessoas que acessam esse conteúdo.
Você pode até não gostar de um portal como o Globo, UOL, ESPN e outros grandes. Pode ter sua preferência em uma linha editorial específica, mas pense: Por que um grande portal de notícias não teria apurado ou descoberto uma informação que só apareceu naquele site desconhecido ou no fulano da rede social?
Evite dar combustível e propagar lixo
Como em qualquer segmento de trabalho, existem bons e maus profissionais. No jornalismo (especificamente o esportivo, aqui mencionado), há muita gente competente trabalhando na mídia tradicional e independente/alternativa.
Seja nos grandes portais, como mencionei acima ou em mídias segmentadas de clubes, tem muita coisa boa e confiável.
Cabe a você parar pra pensar e filtrar se vale a pena dar audiência (e seu dinheiro) para bizarrices sem fundamento, sem fonte confiável, que querem fazer você de trouxa.
*As opiniões expressas aqui são de responsabilidade do autor do texto, e não refletem a opinião do site
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