É fato que a grande maioria da torcida são-paulina está P da vida com Fernando Diniz e a falta de qualidade do futebol apresentado pelo time.
Estamos naquele momento, que conhecemos bem, onde todos pedem a demissão do treinador para uma melhora no time. E o ciclo se repete daqui a poucos meses com o próximo.
Eu me incluo nas críticas, porque há tempos comento que falta variação tática, repertório para mudar o jogo e o esquema do time apresenta muito risco para nós e oferece gols aos adversários.
Porém ontem, pensei em algo que me fez escrever esse texto aqui, tentando olhar o outro lado da moeda. E se no fim das contas, Diniz estiver certo em suas convicções?
Calma! Antes de achar que isso aqui é um texto para “passar um pano”, é só ler em postagens nas últimas semanas e vídeos pós-jogo, o quanto eu critico os critérios do treinador.
É apenas uma forma de tentarmos ver o que não é óbvio ou o que já é consenso. Outras causas do mau futebol do time, veja.
E se ele estiver certo?
Já pensou que Fernando Diniz pode não estar 100% errado e levando toda a culpa sozinho?
Na convicção do treinador, o time deve jogar com um volante (Tche Tche) para dar mais saída de jogo. Quando tentou reforçar com Liziero, não deu certo. Aqui eu o critico, pois ele deveria usar Luan, na minha opinião.
Na partida contra o Sport, fomos surpreendidos pela escalação inicial, com nossos dois melhores zagueiros no banco. Bruno Alves e Arboleda tem falhado, muito mais pela falta de proteção de volantes e isso expõe a defesa.
Enfim, o medo tomou conta de todos quando vimos que Leo Pelé seria escalado na zaga ao lado do jovem Diego Costa. Para muitos, um suicídio.
O que dizer então dos excessivos toques de bola de pé em pé, acessando muito o nosso goleiro, em situações de risco?
Apesar de tudo, deu certo e trouxemos os três pontos.
Ok, você pode dizer que a zaga não foi exigida ou testada nesse jogo contra o Sport, mas será que pelo fato dos dois zagueiros terem jogado como Diniz quer, o time se comportou melhor defensivamente?
O time teve mais opções para sair para o ataque
Há o risco de ficar tocando a bola na defesa e com o goleiro, mas quando isso dá certo, o São Paulo chega no ataque com muito mais jogadores e pegando o time adversário de surpresa.
Falta, é claro, competência na frente para não desperdiçar a chance. Contra o Sport, houve um lance em que o Sâo Paulo chegou muito bem com Igor Vinicius, mas a finalização de Reinaldo foi defendida pelo goleiro.
Se o time acertar esse passe, pode criar muito mais jogadas nessa saída de jogo mais trabalhada, do que ficar “quebrando” a bola para frente, o tempo todo, como acontecia.
Antes da quarentena, o time estava jogando assim e isso se perdeu depois do tempo de paralisação. É necessário muito treino e muita atenção para não armar um contra ataque adversário.
Se vale correr o risco ou não, aí é outra história para se avaliar.
O treinador teima, mas as peças também não estão bem
Como comentei acima, o foco das críticas está todo em Diniz, já que o time oferece muito pouco, pelo elenco que tem, mas é preciso ver e criticar também algumas peças que estão devendo muito.
Igor Gomes e Vitor Bueno tem atuado muito abaixo dos demais nesses jogos, e são peças-chave para esse time fluir com seu melhor futebol. Por isso temos visto improvisações e mudanças de posição de jogadores.
Outra irritação do torcedor, é a não utilização de Hernanes, mas lembrem-se que ele não atuou bem desde que voltou. É claro que é um jogador que pode e vai agregar muito, mas não vinha justificando a escalação.
Muitos até comentavam que Hernanes deveria passar um tempo se condicionando fisicamente e psicologicamente para voltar melhor. Será que não é isso que está sendo feito? O Profeta inclusive já elogiou Diniz antes, não parece haver uma ruptura ou briga entre eles.
Autonomia que cobrávamos e respaldo da diretoria
Pelo menos aqui no AT, sempre cobramos que a diretoria desse respaldo ao treinador do SPFC para que pudesse desenvolver seu trabalho, sem interferências e bem ou mal, isso está sendo feito, não?
Todos se lembram de quando Nenê e Aguirre tiveram uma crise e (claro, junto também das contusões de Everton e Rojas) o time caiu de rendimento no Brasileirão de 2018, quando liderava.
A diretoria na época, preferiu demitir o treinador, manter os jogadores e quebraram a cara. Não sei se hoje existe uma ruptura ou crise no elenco, mas será que dessa vez, não resolveram bancar o treinador, independente de eventuais reclamações de jogadores?
Resultados vão mostrar o caminho certo
É muito difícil, mas se pensarmos de cabeça fria, está muito errada essa postura?
O São Paulo ocupa (no momento em que escrevo essa coluna) o 5º lugar no Brasileirão, que não seria tão trágico no momento, apesar de ter empatado com o Bahia em casa e perder para o Vasco.
O que pesa mesmo é a eliminação vergonhosa para o Mirassol. Essa não tem perdão, mas é uma conta que deve ser repartida por todos lá.
Se o São Paulo vencer o clássico contra o Corinthians no domingo, arrisco a dizer que muitos vão amenizar nas críticas ao treinador e voltar a apoiar.
Como comentei, esse texto teve a intenção de olhar para o outro lado da moeda ou, como se diz, fazer o papel de “advogado do diabo”, mas não isentar de críticas, o treinador que também tem responsabilidade em tudo.
Mas não somente ele.
O que você acha dos pontos comentados acima? Concorda? Discorda? Opine conosco!
*O texto foi escrito antes da vitória contra o Athletico Paranaense.
*As opiniões expressas aqui são de responsabilidade do autor do texto, e não refletem a opinião do site
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