Quando aconteceram as paralisações das competições devido à pandemia do Covid-19, o São Paulo vinha de dois bons jogos. Uma vitória contra a LDU pela Copa Libertadores e uma virada em um clássico contra o Santos pelo Campeonato Paulista, ambos os jogos em casa.
O jogo contra a LDU começou repleto de muito nervosismo, com um Morumbi lotado apoiando um time que tinha perdido por 2×1 para uma equipe pouco conhecida e considerada a mais fraca do grupo D chamada Binacional, do Peru. Uma estreia longe do que se esperava.
No entanto, o Tricolor recebeu os equatorianos no dia 11 de março e fez um bom resultado, indo para o intervalo com 2×0 no placar e fazendo o terceiro na segunda etapa, dando a tranquilidade tão esperada para a sequência da competição continental tão querida pela torcida são-paulina.
O SanSão começou diferente, a portões fechados ao público, pois começava a se falar no Brasil de maneira intensa sobre o Covid-19 e, por prevenção, o jogo aconteceu sem a torcida. O São Paulo começou perdendo, mas virou na segunda etapa com dois gols do camisa 9, Pablo, que não marcava desde a estreia Tricolor no ano contra o Água Santa em partida válida pelo Paulistão.
Então, o time do técnico Fernando Diniz vinha bem e boa parte dos torcedores Tricolores tinha o São Paulo com um dos favoritos para levantar a taça de Campeão Estadual. Um feito que não acontece desde 2005.
Entretanto, as competições foram suspensas e já estamos a praticamente três meses sem jogos. Isso nos faz pensar em como será a volta, visto que já se fala sobre o retorno dos treinamentos na próxima semana e em que condições os jogadores estarão e, claro, será que o São Paulo voltará a desempenhar o bom futebol que vinha sido apresentado?
Bom, em meio a momentos tão caóticos e notícias não tão boas que recebemos constantemente devido a situação que acomete o mundo todo. Vamos pensar em alguns fatores que nos fazem ter expectativas com o futuro do São Paulo:
Os jogadores abraçaram a filosofia do Fernando Diniz – ‘O Dinizismo’
É perceptível que os jogadores do elenco Tricolor estão juntos com o pensamento do técnico Fernando Diniz e que isso vinha sendo refletido dentro de campo, pois há muito tempo o São Paulo não tinha um padrão de jogo definido e isso estava começando a ser implantado, finalmente.
Para saber se ia dar certo ou não é preciso observar os resultados. Esse ano ainda tivemos pouco tempo, mas quando retornar ao “normal” poderemos ver os frutos desse trabalho.
Mas o que nos dá esperança é realmente o fato do elenco estar unido em um mesmo propósito e junto com o treinador, já que PRECISAMOS dar sequência ao trabalho. É inadmissível um time como o São Paulo trocar de técnico a cada meia dúzia de jogos. Isso interfere em diversos pontos e atrapalha todo o planejamento em busca de vitórias e títulos.
Eleições no final do ano
Não é novidade para ninguém que a gestão do atual presidente do São Paulo, Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, não agrada a maioria dos torcedores são-paulinos, tanto que diversas manifestações ocorreram nos últimos anos devido ao jejum de quase oito anos de títulos, vendas precoces de atletas da base, mau aproveitamento de dinheiro e diversas outras coisas.
Com a eleição no final do ano, não dá para se idealizar que todos os problemas do clube estarão acabados. Não, não é isso que vai acontecer. Todavia, essa troca de gestão pode ser benéfica simplesmente por ocorrer uma mudança, a chamada alternância de poder que dará a outro a autoridade para tomar as decisões que sejam mais assertivas para o São Paulo.
Um elenco com bons jogadores
Sim, o atual elenco do São Paulo é composto por bons jogadores. É óbvio que precisamos de algumas peças em específico, mas de maneira geral o Tricolor tem sim um dos melhores elencos do Brasil.
Temos o Daniel Alves, que dispensa comentários, Tiago Volpi que a cada jogo tem se mostrado que realmente merece confiança, uma dupla de zaga sólida, um meio campo que vem se consolidando e dando movimentação e consistência ao time e um ataque que voltou a fazer gols.
Como eu disse, sim, precisaríamos nos reforçar em algumas posições, mas o momento requer cautela para se ir ao mercado. A alternativa é realmente observar a base e investir em subir alguns jogadores para o time profissional.
Em resumo, podemos sim ter boas expectativas para o futuro do São Paulo. O retorno dos treinamentos pode estar próximo, já as competições não tem previsão de volta. Enquanto isso, ficamos na saudade de ver o São Paulo em campo, mas acreditando que quando isso acontecer teremos bons resultados, faremos excelente jogos e poderemos comemorar grandes vitórias.
*A opinião do colunista não reflete a opinião do site
Foto: Rummens