Gestão de Júlio Casares toma forma e a nova diretoria terá grandes desafios pela frente

Foto: Rubens Chiri / São Paulo FC

O São Paulo versão “Júlio Casares” vai tomando forma para tentar mudar o fracasso que foi a gestão de Leco e recolocar o Tricolor entre os protagonistas do futebol nacional.

Casares já havia trazido Muricy Ramalho, para ser coordenador de futebol, o novo diretor Carlos Belmonte e o diretor-adjunto Fernando Chapecó. Nessa semana, o nome do executivo de futebol que substituirá Raí também foi revelado, trata-se de Rui Costa, que estava no Grêmio.

O novo executivo ainda aguarda o fim do Campeonato Brasileiro para assumir a posição de forma oficial, mas já trabalha nos bastidores e sabe que terá grandes desafios em seu caminho.

Redução de custos

O São Paulo deve algo em torno R$ 600 milhões e por essa razão, a nova diretoria ganhará menos do que se ganhava no passado. Todos os departamentos sofrerão uma redução de cerca de 10% em seus orçamentos. Será um trabalho sem direito a extravagâncias e todas as ações terão que ser o mais assertivas possíveis.

Daniel Alves

Rui Costa também vai assumir a “bomba” que é arcar com o custo de Daniel Alves, que só de salário, recebe R$ 500 mil por mês. E esse valor chega a R$ 1,5 milhões quando se adiciona luvas, direitos de imagem e bônus.

O principal objetivo será encontrar investidores que ajudem a cobrirar essas despesas. Quando o camisa 10 chegou, havia a possiblidade de haver um acordo de cerca de R$ 5 milhões com o streaming de esportes DAZN, mas as negociações não avançaram e o São Paulo teve que assumir a responsabilidade de pagar o atleta sozinho.

Nova realidade financeira

Em 2020, o Tricolor viveu uma situação atípica, fez apenas uma contratação, na verdade uma troca de jogadores (Everton por Luciano). O novo executivo de futebol deverá seguir a mesma linha, pelo menos nessa primeira temporada, e seguir discreto no mercado. O conselho deliberativo aprovou um orçamento de R$ 115 milhões, valor que não permite exageros. Rui Costa poderá exercitar a mesma filosofia dos tempos de Grêmio e Athletico-PR, quando trouxe jogadores de qualidade por um baixo custo. Aliás, essa característica parece ter pesado a favor dele e o tornou o nome favorito para o cargo.

Parcelamentos da pandemia

Quando o futebol parou para tentar conter o coronavírus, muitos clubes sabiam que teriam que conter seus gastos, pois as receitas estavam prestes a diminuir. Por isso, diversas equipes reduziram os pagamentos de seus funcionários. No caso dos atletas do São Paulo, a redução foi de 25% até o fim da temporada, que acontecerá no mês que vem. O clube vai pagar a diferença desse período aos atletas a partir de março desse ano.

Aproveitar a base

Aqui talvez um dos maiores desafios que Rui Costa enfrentará. Não é um absurdo dizer que o São Paulo tem uma da melhores categorias de base do Brasil, por isso, os garotos de Cotia sempre são muito visados pelo mercado internacional e acabam se tornando uma solução simples e rápida para arrecadar dinheiro. Nos últimos anos, jogadores como Lucas, David Neres e Antony salvaram os cofres tricolores, mas não é apenas para isso que a garotada deve servir.

O trabalho de Rui e de Biasotto, responsável direto pela base, é saber aproveitar os melhores talentos e procurar integrá-los a equipe profissional e também garantir que eles não se tornem apenas um meio para o clube lucrar.

Na equipe principal, Luan, Diego Alves, Igor Gomes, Sara e Brenner já são realidade e alguns já são e serão alvos dos times europeus, então parte da missão da diretoria é conseguir segurá-los ou repor com algum talento feito em casa.

Com todos esse poréns, a nova diretoria precisará ser o mais eficiente possível para que o São Paulo volta figurar como um dos favoritos a todos os campeonatos que disputar, sentimento que faz muita falta ao torcedor.

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