Leco fala sobre seu trabalho no SPFC e quem tem mais condições se sucedê-lo

Foto: Rummens
IMG 20180502 WA0079 | Arquibancada Tricolor
Foto: Rummens

No dia 13 de outubro de 2020, completaram-se cinco anos desde que Carlos Augusto Barros e Silva, o Leco, assumiu a presidência do São Paulo no lugar de Carlos Miguel Aidar, ao qual renunciou o cargo em meio a acusações e polêmicas, fazendo com que Leco assumisse a vaga momentaneamente e depois fosse eleito em 27 de outubro de 2015 e reeleito em 2017.

Leco vive seus últimos momentos à frente da diretoria do Tricolor e concedeu uma entrevista ao PVC, do Grupo Globo, fazendo uma análise do seu trabalho e nós separamos alguns trechos dessa conversa.

Questionado se o São Paulo sai pior ou melhor desde que ele assumiu, ele respondeu:

“Certamente melhor. Em outubro de 2015, quando eu assumi pela primeira vez, o São Paulo vivia um dos momentos mais delicados de sua história. O clube não tinha crédito, não tinha patrocinadores, não tinha um projeto de futebol. Tudo convergia para uma trajetória ruinosa. Foi preciso ter muita serenidade e ao mesmo tempo muita firmeza para juntar os cacos.”

Visto como muitos como o pior presidente da história do clube, Leco disse: “A minha gestão, como a minha vida, foi pautada pelo amor ao São Paulo e pela correção. Esta é uma Presidência limpa. Não quero fazer alarde disso também. Acho que a pergunta tem mais a ver com os tempos que vivemos do que com uma avaliação ponderada do trabalho que realizamos. Aprendi a respeitar o trabalho que vocês fazem, mas também a não ter ilusões. Convivo de forma civilizada com as críticas, mesmo quando elas doem ou me parecem injustas. Mas fui submetido a linchamentos em diversas ocasiões. Não acho que isso seja saudável nem democrático. Estamos vendo como a cultura do ódio pode ser perigosa para um país. Eu te pergunto se o jornalismo não está sendo influenciado mais do que deveria pela lógica das redes sociais. E se essa influência não se converte muitas vezes numa distorção, onde o bom senso e a seriedade são sacrificados. Não é absolutamente o seu caso. Mas isso está por toda parte.”

Até Diego Aguirre foi lembrado pelo dirigente ao falar sobre os erros nos últimos três anos de gestão, em que Raí esteve como diretor-executivo de futebol:

“Eu não tenho muita dúvida. Foi um erro compartilhado. Não deveríamos ter demitido o Diego Aguirre na reta final do Brasileiro de 2018. O time havia feito uma campanha muito boa até a parada da Copa do Mundo, acabou o primeiro turno na liderança. Houve uma queda de rendimento na retomada, perdemos posições, acabamos nos classificando para a pré-Libertadores. Havia sinais de que o comando do Aguirre sobre o grupo estava desgastado. E aí tanto o Raí quanto eu apostamos que tinha chegado a hora do Jardine, que vinha de um trabalho excepcional em Cotia, tem uma visão muito moderna de futebol, é um estudioso, um profissional muito dedicado e consistente. Na prática as coisas não saem como você imagina”.

No que se refere aos dois candidatos à presidência do São Paulo, Julio Casares e Roberto Natel, Leco fala qual, em sua visão, têm mais condições de ser presidente do clube.

“Eu não me envolvi na campanha. Acredito que não seja esse o papel do Presidente. Devemos zelar pela instituição, pela manutenção das regras no processo político. Mas todo mundo sabe que o vice-presidente atuou contra a gestão desde o momento em que fomos eleitos. Eu lamento muito. Respondendo à sua pergunta, quem tem mais condições de ser o próximo Presidente é o Julio Casares. A eleição de 100 conselheiros pelos sócios recentemente deu a ele amplo favoritismo na eleição do próximo sábado. Da minha parte, colocarei a estrutura administrativa do São Paulo à disposição do eleito para que tenhamos uma transição tranquila, sem nenhum sobressalto. Até porque estamos no meio de dois campeonatos, disputando títulos”.

Leco termina seu mandato sem conquistar um título sequer, a última chance que tinha deixou de existir com a eliminação do Tricolor nas quartas de final do Campeonato Paulista para o Mirassol, já que as demais competições disputadas pelo São Paulo (Brasileirão e Copa do Brasil) terminam somente em 2021.

Depois da eliminação no estadual, o Tricolor ainda deixou precocemente a Libertadores e foi eliminado da segunda fase da Copa Sul-Americana, somando a 15ª eliminação da ‘Era Leco’. Abaixo você confere todas as eliminações desde que o atual presidente assumiu o cargo:

  • Copa do Brasil 2015 – semifinal (Santos)
  • Paulistão 2016 – quartas (Audax)
  • Libertadores 2016 – semifinal (Atlético Nacional)
  • Copa do Brasil 2016 – oitavas (Juventude)
  • Paulistão 2017 – semifinal (Corinthians)
  • Copa do Brasil 2017 – quarta fase (Cruzeiro)
  • Sul-Americana 2017 – primeira fase (Defensa Y Justicia)
  • Paulistão 2018 – semifinal (Corinthians)
  • Copa do Brasil 2018 – quarta fase (Athletico-PR)
  • Sul-Americana 2018 – segunda fase (Colón)
  • Libertadores 2019 – segunda fase (Talleres)
  • Copa do Brasil 2019 – oitavas (Bahia)
  • Paulistão 2020 – quartas (Mirassol)
  • Libertadores 2020 – fase de grupos
  • Sul-Americana 2020 – segunda fase

As eleições presidenciais no São Paulo acontecem dia 12 de dezembro dezembro e estão na disputa Julio Casares da chapa ‘Juntos pelo São Paulo’ e Roberto Natel que representa a chapa ‘Resgate Tricolor’.

Para conhecer mais sobre os dois candidatos e ter acesso a um guia completo das eleições do São Paulo basta clicar aqui.

E para conferir a entrevista completa do Leco ao PVC clique aqui.

Fonte: PVC – Globo Esporte
Foto: Rummens

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