O torcedor são-paulino que foi ao estádio do Morumbi nesta quinta-feira, se surpreendeu com a escalação adotada pelo treinador Hernán Crespo. Depois de balançar no cargo, o treinador ousou e apostou em uma formação ofensiva para enfrentar o Santos.
Com uma formação com quatro atacantes, o treinador foi ao confronto contra o Santos com a clara mensagem que tentaria a vitória, ou seja, “morreria atirando”. O time não venceu, porém, o empate por 1×1 foi muito positivo para Crespo.
E o treinador pode ver pela primeira vez que o torcedor aprovou o seu trabalho (pelo menos na noite desta quinta). No fim do jogo, boa parte dos cinco mil torcedores, deixaram o campo aprovando a nova tentativa do treinador. Com isso, Crespo ganhou uma sobrevida, na opinião do jornalista Arnaldo Ribeiro.
“Uma coisa que ficou evidente, o Crespo deu uma cartada tipo aquelas do pôquer, all-in, vou jogar pela primeira vez com público, vou escalar um time popular, aquele que anuncia o time e a torcida já compra a ideia, e deu certo. Mesmo não vencendo, deu certo. A torcida incentivou no início e aplaudiu no fim mesmo com o empate“, diz Arnaldo.
Sem a vitória, o clube não conseguiu subir na tabela – o São Paulo ainda não esteve na primeira tabela do Campeonato Brasileiro, porém, para o jornalista, o time agora tende a evoluir com a estratégia de Crespo e o envolvimento da torcida na reta final da competição.
“Eu odeio empilhar atacantes e empilhar atacantes antes de começar o jogo é quase uma novidade, mas o time funcionou bem, não foi uma bagunça, pelo contrário. Além de empilhar atacantes, tinha um meia ofensivo de lateral direito e tinha só um zagueiro zagueiro mesmo, que era o Miranda, e o São Paulo atacou e se defendeu bem durante o jogo. Não ganhou, é verdade, mais uma vez, mas mostrou alguma coisa que agora o Crespo tem que capitalizar para, enfim, conseguir o objetivo, o São Paulo tem o objetivo de G9 e o Crespo de iniciar o próximo ano“, completa o jornalista.
No programa Posse de Bola, o jornalista comentou sobre os problemas do clube na venda do ingresso. Arnaldo relembrou também um problema da equipe junto a CBF, já que os horários das partidas atrapalham os torcedores que teriam em mente ir até o Morumbi.
“Agora, talvez um acesso um pouco melhor, mas a torcida do São Paulo ainda tem outros requintes, os jogos são 18h30, logo depois tem jogo da seleção, o jogo contra o Corinthians, que é um jogo que a torcida do São Paulo tanto preza, o jogo que a torcida do São Paulo mais se importa, foi marcado para segunda às 20h e tem esse negócio do calvário do ingresso aí, da pulseirinha do check-in que você tem que levar papel para entrar no estádio ou ir na véspera, ir na antevéspera, e o preço, principalmente o preço“, diz Arnaldo.
“A torcida do São Paulo é uma das mais populares do país e do estado, da cidade, não dá para cobrar ingresso como a diretoria do São Paulo cobra. Está tudo mundo fazendo isso porque ficou muito tempo sem público e, como não arrecadaram nada com bilheteria, eles já vêm com aquela fome de tentar, em poucos jogos, com pouca gente, ganhar muito pelo preço do ingresso. A torcida do São Paulo não merece e não vai ser isso que vai fazer diferença no rombo do São Paulo“, conclui.
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