A vitória das muitas conclusões

Foto: Paulo Pinto/saopaulofc.net

Olá amigos do Arquibancada Tricolor. Após quase dois anos afastado por motivos pessoais e acadêmicos, volto a escrever esta coluna semanal. Agradeço ao Ricardo Senna, ao Fabio Borges e a todos da equipe por permitirem esse retorno. Estaremos juntos todas as segundas-feiras e logo vem mais novidade por aí.

Escrever após finalmente ganhar um clássico na tão instável temporada de 2018 poderia ser moleza, mas vamos tentar analisar mais profundamente o momento do São Paulo.

Embora Diego Aguirre não fosse o nome dos sonhos da imensa maioria da torcida (nem o meu), é preciso admitir que com ele o time se esforça, se entrega, sente muito mais a responsabilidade de vestir essa camisa tricampeã do mundo. No entanto, ainda falta organização ofensiva e qualidade à equipe (aqui, por culpa da diretoria, que já admite ter que contratar mais atletas, uma vez que fez escolhas ruins no começo do ano).

A vitória de ontem foi positiva por finalmente termos vencido um clássico no ano e também por não termos sofrido defensivamente. Sidão não fez nenhuma grande defesa e, antes que venham falar dos desfalques do adversário, o São Paulo não pôde contar com Valdívia, Cueva, Rodrigo Caio, Hudson, Junior Tavares e Anderson Martins.

Portanto, é hora de valorizar o resultado, mas se preparar para uma guerra na quarta-feira. Nossa vantagem é mínima, então, jogar apenas esperando o adversário é um erro, assim como ir para cima como se não houvesse amanhã também é. Será necessário valorizar muito a posse de bola, não deixar que os itaquerenses tenham espaço e manter a estratégia de pressionar a saída de bola. Com equilíbrio, inteligência e muita entrega a classificação à final virá!

O momento

Para não falarmos apenas do jogo, proponho também uma reflexão mais ampla: O São Paulo de hoje tem muitos problemas administrativos (que se acumulam desde o nefasto terceiro mandato de Juvenal Juvêncio) e todo esse processo, claro, interfere no rendimento e resultados do time.

Para começar, que tal falarmos dos departamentos médico, fisiológico e fisioterápico? Antes, éramos referência nesses setores, o Reffis era invejado e tínhamos uma equipe que “voava”. Esse panorama mudou tanto que, só em 2018, tivemos NOVE!! contusões musculares em jogadores do Tricolor, conforme levantamento do blog do Gabriel Fuhrmann.

São inúmeros os casos de lesões musculares nos últimos anos, queda física abrupta nos etapas finais do jogo (como ocorreu ontem) e contratações como a de Maicossuel, aprovado nos exames médicos mesmo tendo uma lesão crônica, diagnosticada posteriormente pelo Grêmio. Atleta contundido significa perda de dinheiro e prejuízo técnico, portanto, é algo que deve ser evitado com todos os recursos possíveis.

Nosso diretor de futebol e ídolo, Raí, já disse que está de olho nessa questão e, de fato, é preciso que atitudes sejam tomadas. Não estou falando exatamente de demissões/contratações do profissional de A ou B, mas de qualificação, investimento (em pessoas e equipamentos) e modernização. Num futebol tão nivelado quanto o brasileiro, ter vantagem no quesito físico/médico pode auxiliar decisivamente a definir jogos e campeonatos.

E claro, essa realidade (de muitas contusões) também é vivida por conta do esdrúxulo calendário do futebol brasileiro, que prefere quantidade à qualidade, algo que só vai mudar quando os clubes se unirem e peitarem CBF e federações, algo que parece distante ou impossível, infelizmente.

Obrigado a todos pela companhia e espero voltar na semana que vem falando do nosso primeiro jogo na final do Paulista. Abraço!

Foto: Paulo Pinto / saopaulofc.net

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