Arboleda: Mais que um jogador de futebol, um ser humano

Foto: divulgação

Robert Arboleda nascido no dia 22 de Outubro de 1991, na cidade de Esmeraldas, no Equador, chegou ao São Paulo no dia 26 de Junho de 2017. Na época, chegou por R$6,6 milhões.

Em sua estreia, já num clássico contra o Santos, na Vila Belmiro, marcou um dos gols na derrota por 3 a 2, derrota esta que não teve influência direta do equatoriano. Depois, manteve enorme regularidade durante a fatídica campanha na luta contra o rebaixamento, em que obtivemos sucesso.

Hoje, Arboleda é considerado zagueiro titular do São Paulo, junto com Rodrigo Caio. Teve o privilégio de poder herdar a camisa de número 5, pertencente a um dos nossos maiores zagueiros e ídolos: Diego Lugano.

História de vida

No entanto, Arboleda não se destaca apenas pelo seu desempenho em campo. Mas sim, como um grande ser humano, que tem objetivos dignos, bem como sua história de vida. Há algum tempo, Arboleda deu uma declaração, dizendo que trabalhava escondido, confira:

“Se resolvi trabalhar escondido, foi para ajudar minha mãe, Laura Escobar. Ela e meu pai se separaram, então ajudá-la era uma motivação para mim. Eu queria ser alguém na vida por ela. Até fiz uma tatuagem para homenageá-la. Representa muito para mim. Já meu pai foi embora quando eu era bem menino. Tinha três ou quatro anos. E ele nunca voltou para casa. Foi embora com outra senhora, outra esposa, deixando minha mãe nos criando sozinha.

Hoje, meu irmão maior é técnico em refinaria, trabalha com mecânica industrial e fica aqui no Brasil comigo e minha esposa. Uma irmã é professora de colégio e a outra é enfermeira. Minha mãe também era enfermeira, aliás, sabe muito de medicação. Ela sempre me chamou de “morrongo”, uma forma carinhosa que uma mãe usa para chamar o filho. 

Quando era pequeno, saía para trabalhar com meus tios. Eles vendiam pastéis e tortas. Minha mãe não gostava disso, falava que não tinha necessidade. Mas eu gostava! Era um dinheiro extra para poder sair e tomar um sorvete com uma amiga, encontrar os amigos. Metade era de minha mãe, metade era minha para jogar bola e me divertir um pouco. Isso me ensinou muitas, muitas coisas. Só que eu tinha que trabalhar escondido. E, quando voltava, minha mãe já estava dormindo e eu aproveitava para colocar dinheiro na carteira dela, embaixo do colchão. Ela não sabia de quem era o dinheiro. E eu sempre negava saber de algo. 

Hoje ela sabe tudo o que fiz, mas enquanto era menino, nunca soube. Eu não contava! Certa vez, em uma reunião de família, ela contou que sempre via mais dinheiro do que tinha deixado na carteira. Eu saía de perto quando ela falava isso e não contava nada! Já mais velho, contei para a família e todos brincaram com ela. Foi uma grande surpresa para ela saber que um filho de dez anos colocava dinheiro para ajudar em casa, ainda que fosse tão pouco.”

Se isto não for humanidade, eu já me esqueci o que ela significa.

Por Igor Martinez

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