Jorge Wagner: “Vou levar para o resto da minha vida, o carinho da torcida” – Entrevista AT

Jorge Wagner - Foto: Érico Leonan - saopaulofc.net

Ídolo tricolor Jorge Wagner acredita em um trabalho forte de Rogério Ceni em 2022. Bicampeão brasileiro vê o treinador mais maduro em sua segunda passagem.

Dez anos após o início de sua caminhada no São Paulo em 2007, o ano de 2017 pelo Fluminense de Feira de Santana, time de sua cidade natal na Bahia, marcou a aposentadoria do polivalente Jorge Wagner que atuou como lateral esquerdo e meia.

Vindo do Betis (ESP), no São Paulo, o versátil jogador usou a camisa 7 nas temporadas de 2007 a 2010, quando saiu para o Kashiwa Reysol do Japão. Com 191 jogos, 17 gols, 56 assistências e os títulos brasileiros de 2007 e 2008, o ex-jogador ganhou status de ídolo e sabe da importância que tem na história do clube, principalmente pela participação na considerada por muitos torcedores, como a última boa fase do Tricolor.

Mesmo conquistando o título do Campeonato Paulista desse ano, nove anos após vencer a Copa Sul-Americana em 2012, o período de 2008 aos dias atuais, é um dos mais difíceis na história do São Paulo, acumulando diversos vexames com eliminações inesperadas, problemas nos bastidores que tumultuaram temporadas seguidas, além de ver a ascensão de alguns rivais na Taça Libertadores da América.

Morando em Salvador, Jorge Wagner relata que acompanha a temporada do São Paulo. Atualmente na 13ª posição com 34 pontos, estando sete pontos do Internacional que é o primeiro do G6 e, a cinco do Juventude, primeira equipe na zona do rebaixamento, as expectativas em torno trabalho de Rogério Ceni, com quem jogou nos tempos de São Paulo, estão basicamente depositadas na temporada de 2022.

Hoje aos 42 anos Jorge Wagner é atuante em outra área do futebol, trabalha como agente atletas de base, com garotos já em alguns clubes brasileiros. Outro projeto interligado a função, é a JW7 Academy em parceria com Jaderson Barbosa, que possui vasta experiência no futebol em Feira de Santana. O projeto atende crianças a partir dos 3 anos, para a formação no esporte.

Acompanhe a entrevista na íntegra

JW 02 | Arquibancada Tricolor
Jorge Wagner comemora com Falcão no Legends Cup em 2019 – Foto: Paulo Pinto / saopaulofc.net

AT: Jorge fala um pouquinho primeiro do que você está fazendo nesse pós-carreira.

Jorge Wagner: Encerrei a minha carreira em 2017 jogando pelo Fluminense de Feira (Santana), o clube da minha cidade, e nós temos um projeto lá em feira de Santana né que chama FSA Esporte Clube, a gente já vem mantendo esse trabalho aí a praticamente 10 anos. E eu fiz o cadastro na CBF, estou atuando como agente intermediário né, já temos alguns atletas em grandes clubes do futebol brasileiro, então é praticamente isso ai que venho fazendo, dando oportunidades né, muitos atletas, uma região muito boa ali, Feira de Santana e toda aquela região, então a gente tem conseguido fazer uma captação muito boa, tem conseguido colocar e projetar esses atletas no cenário brasileiro.

AT: Atletas profissionais ou base?

Jorge Wagner: O nosso trabalho é de formação, nós temos também a JW7 Academy, onde os meninos iniciam lá a partir dos três, quatro anos de idade, e aí tem todo esse trabalho, tem todo uma equipe lá de treinadores de professores, contamos com a coordenação do Jaderson Barbosa que é um cara que já trabalha com o futebol praticamente 20 anos na cidade de Feira de Santana, tem toda uma formação para estar realizando este trabalho. Então a gente inicia com esses jovens talentos, a partir dos três anos de idade. É claro que a gente tem também alguns atletas profissionais aí, em alguns clubes, mas o nosso trabalho, o nosso foco é a base.

Jorge Wagner: Marcante né? Muito boa realmente, acho que por tudo que eu vivi no São Paulo, foram dois títulos do Campeonato Brasileiro, realmente tive uma visibilidade muito grande. É claro que não posso desmerecer minha passagem pelos outros clubes, onde foram também passagens vitoriosas, desde do início lá no Bahia, e o importante é que na maioria desses clubes que eu passei, tive a oportunidade de conquistar títulos, e a partir do momento que você conquista títulos, você fica marcado na história do clube. Mas realmente o São Paulo foi um destaque muito grande, por estar aqui no São Paulo, em uma região onde é o centro, onde é o foco de toda mídia né, então tive uma visibilidade muito grande. 

AT: Na sua despedida em 2010, você chorou no Morumbi, recebeu muitas homenagens, até uma placa de rei das assistências. Se sente um ídolo são-paulino?

Jorge Wagner: Pô que legal! Eu sei a minha importância, o que eu representei para o clube, o São Paulo, sempre foi uma equipe que teve grandes jogadores grandes ídolos, e talvez eu possa estar entre eles. Acho que o mais importante é que eu tive esse carinho, esse reconhecimento por parte do torcedor, e é isso aí que eu vou levar para o resto da minha vida.

AT: Tem acompanhado a temporada do São Paulo?

Jorge Wagner: Tenho sim, tenho acompanhado um pouquinho distante, estou lá em Salvador, trabalhando como eu falei, ligado ao esporte, ao futebol principalmente. E estou sim acompanhando o São Paulo e também as outras equipes que tive a oportunidade de passar.

AT: Você acha que é muito pouco um título em nove anos? O São Paulo ganhou o Paulista em 2021, tinha ganho a Copa Sul-Americana em 2012. E qual a diferença desse time, para o que foi multicampeão com você?

Jorge Wagner: Pela grandeza, pelo histórico do clube, por tudo que o São Paulo tem, pela história, com certeza é muito pouco, o São Paulo tem condições sim de estar sempre realizando boas competições, estar sempre disputando ali na parte de cima da tabela e buscando os títulos. Aconteceu muita coisa nesses últimos anos, muitos problemas extracampo, interferiu muito no rendimento dos jogadores dentro de campo, e talvez por isso o São Paulo, nesses últimos anos não tenha conquistado os títulos. Mas pela grandeza que o clube tem, pela qualidade dos jogadores, com certeza no próximo ano, já em 2022, o São Paulo estará forte brigando na parte de cima da tabela para conquistar os títulos.

AT: Você trabalhou com o Rogério Ceni. Acredita que ele em sua segunda passagem como técnico está mais maduro para poder ajudar o São Paulo.

Jorge Wagner: A experiência que ele teve como jogador, e como treinador no pós-carreira, eu acompanhei de perto o trabalho que ele fez no Fortaleza, foi um cara que chegou que reestruturou o clube, que conquistou muitos títulos. Pela experiência que ele teve dentro de campo, e agora como treinador, com certeza tem tudo para levar o São Paulo aos títulos. Até porque ele já conhece muito bem o clube, já teve uma passagem pelo São Paulo, com certeza vai voltar muito mais maduro, conhecedor, vai ter uma oportunidade de estar formando um grande time para a temporada de 2022.

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