O grito ainda está entalado na garganta: o que o São Paulo precisa para voltar a ser o time campeão?

Foto: Rubens Chiri / São Paulo FC

Maior campeão internacional entre os times brasileiros e tricampeão do mundo e da América, o São Paulo não vive boa fase. Nos últimos anos, a torcida que estava acostumada a ver seu time conquistar títulos, sofreu com as várias eliminações em torneios nacionais e internacionais. Porém, a vida dos são-paulinos nem sempre foi assim. 

Se você gosta de apostas esportivas, tem que ler esse texto para entender mais e aprender sobre como traçar estatísticas para resultados do São Paulo.

Grandes conquistas tricolores

Competições domésticas

Em 1931, um ano após a fundação, o São Paulo conquistou seu primeiro título paulista. O triunfo teve direito a uma goleada 4 a 1 contra o Corinthians na decisão do campeonato. Depois de 1931, o tricolor venceu mais 21 edições do estadual mais disputado do Brasil. A mais recente aconteceu em 2021, diante do arquirrival Palmeiras, após 16 anos sem vencer o torneio.

A nível nacional, o Clube da Fé venceu seu primeiro Brasileirão em 1977, com Waldir Peres, Dario Pereyra, Rubens Minelli e companhia. Já a turma de Careca, Gilmar Rinaldi, Silas e Müller foi responsável pelo bicampeonato, numa final decidida nos pênaltis em 1986.

Cinco anos depois, o São Paulo, comandado pelo mestre Telê Santana, superou o Bragantino na decisão do Brasileirão de 1991. O elenco tricolor estava recheado de craques, como Zetti, Ricardo Rocha, Cafu e Raí.

Depois de Telê, Muricy Ramalho foi o responsável por comandar a terceira conquista em campeonatos brasileiros. Grande parte dos jogadores presentes no Brasileirão de 2006 participaram do títulos da Libertadores e Mundial, conquistados em 2005.

O penta e o hexa não demoraram, ambos foram vencidos em 2007 e 2008, respectivamente. Portanto, o São Paulo de Muricy garantiu o inédito tricampeonato consecutivo do Brasileirão, instaurando uma verdadeira dinastia no futebol nacional.

Competições internacionais

O Mais Querido também é conhecido por se dar bem em competições internacionais. Ao todo são 12 títulos, sendo a 9ª equipe em todo o mundo com mais triunfos internacionais. A lista é liderada pelo Real Madrid e não contém nenhum outro brasileiro no top-10. Ou seja, o São Paulo é o time brasileiro com mais conquistas internacionais em toda a história.

A primeira grande conquista em gramados estrangeiros foi em 1992, graças ao título da Copa Libertadores. No segundo jogo da final, contra os argentinos do Newell ‘s Old Boys, Telê mandou a campo: Zetti, Cafu, Antônio Carlos, Ronaldão e Ivan; Adílson, Pintado e Raí (capitão); Muller (Macedo), Palhinha e Elivélton.

No fim do mesmo ano, a delegação tricolor atravessou o mundo para a disputa do Mundial. Raí marcou dois gols contra o Barcelona de Koeman, Laudrup, Stoichkov e Guardiola, garantindo o primeiro título mundial do clube paulista. A dose foi repetida no ano seguinte, com mais um título da Libertadores e outro do Mundial.

A conquista da América aconteceu no Chile, contra a Universidad Católica. Na ida, os brasileiros aplicaram 5 a 1 em pleno Morumbi. Os chilenos venceram por 2 a 0 no segundo jogo da final, mas não teve jeito. Telê e seus homens alcançaram o bi da Liberta.

Em dezembro, os torcedores japoneses presentes em São Paulo x Milan, pela final do Mundial, testemunharam uma excelente atuação de Palhinha, Cerezo e Müller, autores dos três gols tricolores. Com isso, o Milan, composto por Baresi, Maldini, Papin e Costacurta, foi superado por 3 a 2.

No século XXI foram mais três conquistas internacionais, duas delas em 2005. Naquela oportunidade, Paulo Autuori comandou Rogério Ceni, Lugano, Amoroso, Mineiro, Luizão e outros grandes nomes na campanha da Libertadores.

A goleada por 4 a 0 contra o Athletico Paranaense carimbou o passaporte tricolor para a disputa do Mundial de Clubes da FIFA. E, como de costume, o São Paulo não foi ao Japão para perder. Em 2005, a vítima foi o Liverpool, do inglês Gerrard. Ceni fechou o gol, Mineiro marcou e a equipe voltou ao Brasil com o tricampeonato mundial.

O tricolor do Morumbi venceu o seu último título internacional em 2012. Numa final recheada de polêmicas, o São Paulo venceu a Copa Sul-Americana diante do modesto Tigre, da Argentina.

Jejum de títulos, vexames e frustrações

De lá pra cá, o clube e seus torcedores viveram um longo jejum de quase 10 anos sem levantar troféus. Desde o título foram mais de 20 eliminações, somando Copa do Brasil, Libertadores, Sul-Americana e Paulistão. Dentre os vexames, alguns não saem da cabeça da torcida.

Após altos e baixos no Paulistão de 2014, o São Paulo terminou a competição sendo eliminado pela Penapolense. Duas temporadas depois, o Audax despachou o tricampeão mundial na fase final do Paulistão.

Outra eliminação que ficou marcada na memória foi contra o Juventude, nas oitavas da Copa do Brasil de 2016. Na Sul-Americana de 2017, o até então desconhecido Defensa y Justicia, da Argentina, mandou o São Paulo para casa mais cedo.

Nos dois anos seguintes, mais dois argentinos foram algozes do Clube da Fé. Em 2018, o São Paulo caiu frente ao Colón, na segunda fase da Sul-Americana. Depois, no ano de 2019, foi superado pelo Talleres na fase inicial, antes mesmo de chegar a fase de grupos. 

Além disso, outra grande frustração aconteceu no Brasileirão de 2020, quando o time liderou a tabela por muitas rodadas. Porém, o desempenho caiu na reta final. Como resultado, o São Paulo perdeu a liderança e o título para o Flamengo.

O que precisa mudar no São Paulo?

Mudança de técnicos

Uma série de fatores influenciam negativamente o desempenho tricolor. Geralmente, problemas extracampo prejudicam os resultados dentro das quatro linhas. Só para ilustrar, entre os anos de 2017 e 2022, o São Paulo trocou de técnico 13 vezes.

O futebol brasileiro é conhecido por triturar técnicos em questão de meses, semanas ou dias. Fábio Carille, por exemplo, foi demitido do Athletico Paranaense com apenas 21 dias de trabalho. É impossível que qualquer treinador consiga implementar a sua filosofia e estilo de jogo em um curto espaço de tempo.

Apostas erradas

Somado a isso, as apostas erradas também prejudicaram o tricolor. Repatriou medalhões, pagou caro em jogadores famosos e investiu em estrangeiros, mas a grande maioria não rendeu o esperado. Como aconteceu com Alexandre Pato, Daniel Alves, Hernanes, Juanfran e Cueva.

Gestão

Grande parte da culpa fica na conta da diretoria tricolor. Afinal, quem bate o martelo das contratações são os dirigentes. A escolha dos técnicos também fica a cargo da alta cúpula. Todos os erros cometidos nos últimos anos contribuíram, e muito, para que o São Paulo acumulasse dívidas milionárias.

Em março de 2022, o presidente Julio Casares revelou que a dívida são-paulina era de aproximadamente R$ 650 milhões. Vale lembrar que o São Paulo é um clube formador, sempre vende suas joias para a Europa. Mesmo assim, está afundado em dívidas.

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