Bagunça em números: antes do fim da temporada, São Paulo perde o 10, o 7 e pretere o 9 | OPINIÃO

Foto: Miguel Schincariol / São Paulo FC

Anunciado com pompas em 2019, Daniel Alves surgiu como uma solução para uma ala problemática do São Paulo: a lateral-direita. Contudo, desde a sua chegada, o número que recebeu da diretoria já indicava que não era naquele setor que ele, de fato, jogaria. Apesar de ter voltado à posição de origem com Hernán Crespo, o improvisado meia deixou a desejar em determinados aspectos – incluindo o extracampo – e deixou a equipe no meio deste ano. E com uma dívida que o São Paulo demorará anos para pagar.

Daniel Alves era o camisa 10 da equipe. Número lendário e emblemático que já foi de Raí, Pedro Rocha, Pita e Zizinho. Desde então, ninguém herdou a histórica camisa, que ficou vaga após a conturbada saída da estrela mundial – que agora presta serviços ao Barcelona, da Espanha. E não foi apenas a camisa 10 que restou inoperante no time do Morumbi.

No início do ano, Joao Rojas retornou de lesão depois de um longo período afastado. O equatoriano voltou com o moral alto e acabou herdando a camisa 7 da equipe Tricolor. No Paulista, o atacante gerou grandes expectativas e foi titular em alguns jogos. Contudo, o seu futebol ao longo da temporada não correspondeu e, na tarde de ontem, após muito tempo sem ser utilizado pelo São Paulo, ele rescindiu amigavelmente com o time.

Outra camisa que se encontra desprezada é a 9, utilizada por Pablo Felipe. O atacante é a maior contratação da história do São Paulo, segue como artilheiro da equipe em 2021 com 13 gols, mas ainda assim está preterido na equipe principal. Figura carimbada no banco de reservas, o atacante não joga há cinco partidas: sua última entrada em campo foi contra o Red Bull Bragantino, quando o São Paulo perdeu por 1×0 e Pablo acabou desperdiçando uma chance que irritou bastante os torcedores.

Juntas, as camisas 10, 9 e 7 representam o peso da grandeza de um clube como o São Paulo. Elas, que já foram utilizadas por nomes como Müller, Raí e Palhinha, hoje se encontram às sombras de outros números do time titular, tais quais a 30 de Calleri ou a 77 de Rigoni. Isso, de uma forma ou de outra, é capaz de refletir a falta de planejamento do clube. Sem pré-temporada e com contratações duvidosas (não de agora), o time briga para não cair no Brasileirão e vê suas apostas das pesadas camisas saírem ou ficarem à sombra no time. Sinais dos atuais tempos tricolores.

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