Pablo e Vitor Bueno precisam de um tempo fora do São Paulo | OPINIÃO

Foto: Maurício Rummens

Um jogador pode não entregar todo o seu potencial a um clube de futebol por inúmeros motivos. Em algumas situações, o ambiente do clube, somado ao método de trabalho do técnico, não privilegia as característica daquele atleta e, por consequência, ele não consegue se adaptar ao novo cenário.

Em outras circunstâncias, o jogador, que teve uma temporada iluminada, acaba vendido para um clube de maior expressão (com valores recordes) e com maiores expectativas em relação ao atleta. Com uma temporada fora da curva do que ele é capaz de entregar, ele não consegue manter o rendimento apresentado anteriormente e perde espaço.

Identificou algum nome no elenco do São Paulo que bate com alguma dessas alternativas? Acredito que, pelo título, sim. Pablo e Vitor Bueno não tem mais espaço no Tricolor, pelo menos não no momento.

O camisa 9 é artilheiro do time na temporada com nove gols, mas cinco deles marcados ainda no Paulistão. O atacante ainda não balançou as redes no Brasileirão 2021. Já o caso de Vitor Bueno parece ser um pouco de cansaço da rotina do futebol, dos treinos, da cobrança da torcida e do clube.

Enquanto Pablo parece ter perdido a confiança com a chegada de Eder e Rigoni, que se tornaram titulares em muitas ocasiões, Vitor Bueno nunca chegou perto de ser uma unanimidade no time do Morumbi, nem quando o time estava em seu melhor momento em 2020, na liderança do campeonato.

O meia/atacante ficou marcado por perder uma chance incrível contra o Racing, na partida válida pela ida das oitavas de final da Copa Libertadores. Na entrevista pós-primeiro tempo, o camisa 12 parecia desconectado da realidade, como alguém que já aceitou que o seu desempenho máximo é contar com a sorte e as falhas dos adversários.

Vitor Bueno
Foto: Reprodução / Conmebol

Agora, no lugar de Hernán Crespo, eu me desesperaria ao ter que mudar a minha equipe e encontrar Pablo e Vitor Bueno como opções, justamente porque ambos não alteram o ânimo e muito menos a qualidade técnica do time. Isso explica a preferência do argentino por Rojas, Galeano e até Marquinhos, menino de Cotia.

Não é meu intuito execrar nem um e nem o outro, mas simplesmente indicar que, talvez, seja melhor para os dois lados (clube e atleta) um distanciamento. No momento atual não é saudável para nenhum dos lados a permanência dos atletas.

Pablo poderia sair por empréstimo para o Internacional, mas, com a participação em sete jogos, não pode atuar no Campeonato Brasileiro por outra equipe. Uma transferência para fora do país é difícil de acontecer. Vitor Bueno completou, contra o Fortaleza, sua sexta partida e ainda poderia sair para outro clube do país.

Dito isso, em um momento que o time do Morumbi precisa de garra, vontade e entrega dentro de campo, Pablo e Vitor Bueno seriam as duas últimas opções que qualquer torcedor pensaria em colocar em campo e com razão. Entretanto, é preciso pensar até qual momento que vale o desgaste entre o jogador e a torcida.

Em algumas ocasiões, o melhor é simplesmente dar um tempo na relação, como foi o caso com o lateral Reinaldo. Em sua primeira passagem era um dos bodes expiatórios, que carregava a maior parte das críticas da torcida. Saiu, obteve rodagem, e voltou como um símbolo, um atleta que é fundamental ao São Paulo.

Estou afirmando que o mesmo vale para os camisas 9 e 12? Não necessariamente, mas no atual momento, a melhor saída para ambos lados é, de fato, uma saída, uma mudança de ambiente. Dessa maneira, o São Paulo dá espaço para alguém que realmente consiga ajudar e os atletas conseguem dar prosseguimento a suas respectivas carreiras.


*As opiniões expressas aqui são de responsabilidade do autor do texto, e não refletem a opinião do site

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