O que significa separar o futebol do social? | ENTENDA

Foto: São Paulo FC

Desde o início do mês de outubro deste ano, a torcida do São Paulo levanta, nas redes sociais, uma hashtag sobre a separação do futebol do restante do clube: é a #SeparaSãoPaulo. Criada espontaneamente por torcedores e difundida por notórios e anônimos, o comando indica uma súplica para que o time aja em direção à modernização. Contudo, nem todos sabem como o processo se dá ou o que ele significa. Tentaremos, pois, explicá-lo, com os seus ditames e empecilhos passo a passo.

O que seria a ação?

A separação entre o futebol e o restante da área social é tida como um avanço importantíssimo nos rumos do Tricolor. Já há um projeto em trâmite nesse sentido no São Paulo, mas a sua tramitação se encontra travada. Na prática, haveria uma cisão entre futebol e a área social, sendo criada uma empresa para administrar o time profissional e o patrimônio correlato (estádio do Morumbi, Centro de Treinamento da Barra Funda, CT de Cotia e afins).

Além disso, essa empresa seria responsável por atrair patrocinadores e angariar recursos para modernizar o clube. Ela seria totalmente controlada pelo próprio São Paulo e funcionaria da seguinte maneira: sempre que houvesse lucro, parte dele seria devolvido ao clube social. Em havendo prejuízo, a empresa iria absorvê-lo, sem afetar o clube.

A empresa teria um Conselho de Administração, que nomearia um CEO e seria composto por uma mescla entre pessoas do mercado e do clube.

Como se dá a tramitação do projeto?

Iniciada nos idos de 2016, a tramitação tinha prazos estabelecidos – mas que não foram devidamente cumpridos. Houve um parecer favorável do presidente à época, Leco, e a movimentação se daria no máximo até março de 2019. A aprovação ocorreria após pareceres positivos dados por três conselhos diferentes e pela maioria dos associados em assembleia.

Após o parecer favorável do presidente, as outras instâncias avaliativas seriam o Conselho de Administração e o Conselho Consultivo. No entanto, não houve progresso nessas análises e o projeto se encontra parado, sem andamentos recentes.

O que impede o avanço no projeto?

Duas coisas: o excesso de burocracia interna no clube e a falta de vontade dos conselheiros. Esta última, por sinal, preponderante para que o projeto não vá para frente. Daí a importância da movimentação da torcida no sentido de pressionar os dirigentes para que haja alguma mobilidade administrativa interna.

A separação já deu certo em outros lugares?

Na realidade, são raros os clubes no mundo que ainda se mantém associativos e sem fins lucrativos. O Brasil, contudo, ainda permanece com os times majoritariamente optando pelo modelo arcaico – salvo raras exceções.

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